What’s that they told you
About a book & a cover?
Don’t judge so quickly,
Is it too much too remember?
‘cause pictures lie,
You know.
I’ll show
It’s so.
Just give it one thought.
Dia: 27 de Junho, 2019
Há Pouca Coisa Mais Divertida/Deprimente Do Que Um Político Armado Em Erudito E Dado A Metáforas Literárias
Enviaram-me (tenho amigos com amigos que, enfim, me levantam sérias reservas 🙂 ) há pouco uma espécie de remoque de um governante em exercício que, parece que publica e socialmente, entra pela citação de um autor para dar um ar de erudição e vocabulário científico. Só que para quem leu o livro é fácil perceber que ou o exibicionista só leu o título ou então citou de memória e nem das primeiras páginas se lembra bem.
Eu até transcreveria o texto em causa com a devida autoria, mas desgosto de gente crescida armada em queixinhas. E já sei que haveria lamúria. E ainda citava outra vez alguma coisa de forma “transversal”.
A Verdade É Que A Flexibilidade Foi Muito Maior Na Avaliação Do Que No Currículo
E se fizerem as contas depressa, depressinha, perceberão que este ano o milagre rosa das passagens ainda é maior.
Chumbos no ensino básico e secundário continuam a diminuir
Taxas de retenção nunca foram tão baixas, indicam as estatísticas relativas a 2017/18 agora divulgadas.
Será que conseguem ter um powerpoint a tempo da campanha eleitoral com os dados deste ano milagroso? Para demonstrar que, por exemplo, até os anos sem flexibilidade curricular foram positivamente atingidos pela mudança de paradigma?
Claro que se pode colocar a questão… se a evolução tem sido tão boa, bastando governantes preclaros, firmes e hirtos, para que faz falta a municipalização?
A Ler
Só falta vir a réplica irritada dos pachecos e pachequinhos. Porque não querem perceber que uma escola experimental pode ser um sucesso aqui e ali ou mesmo em todo um pequeno país do terceiro-mundo ou numa província amazónica mas, no mundo ocidental actual, apenas acaba por agravar a diferença entre os que podem escapar à rebaldaria e aqueles que lá ficam, por ausência de alternativas ou porque querem ainda creditar muito que a Escola Pública pode ser outra coisa. Basta ver, em matéria de coerência, o que certos governantes fazem com a sua descendência. Ou já escaparam no tempo ou escapam no espaço.
Uma fábrica de desigualdades
Vítimas de teorias e práticas pedagógicas que já eram velhas há 40 anos, porque lhes dão jeito para camuflar o insucesso que realmente existe e continuará a existir por este caminho, há escolas (e cada vez são mais) que vivem um autêntico PREC educativo.
5ª Feira
Um dos temas que mais me diverte nas conversas em off em redes sociais e afins é o da sucessão, em futuro mandato, nas secretarias de Estado da Educação, porque aquilo do Desporto e Juventude é muito mais em circuito fechado de um ou dois lobbys muito particulares. Dando por mais do que adquirido que os actuais titulares prestaram serviços mais do que inestimáveis à causa da Educação Pública e merecem promoção (interna ou externa), alguns de nós, observadores atentos das vaidades humanas, vamos fazendo uma cartografia d@s candidat@s a secretári@s. O ponto forte é o eixo-Gaia-Porto onde se conseguem encher dois ou três governos com facilidade. E se alargarmos a área para sul até Aveiro e a norte pelo Minho adentro, conseguem-se cinco ministérios completos e ainda fica gente à porta. Depois, pelo país, existe uma plêiade (gosto da palavra) de gente que se acha bem posicionad@ para tal cargo, a começar por director@s flexíveis e inovadores que mereceram mais de uma visita de gente importante e que, como ficaram com um mail ou número de telefone para resolverem directamente os seus problemazinhos sem passarem pelas senhoras burocratas da dgae, pensam que o cosmos é já ali e não mais além. Fora outros casos que não vale a pena sequer aflorar, porque depois aparece sempre o do costume a clamar por calúnias e coisas assim. Não se prometeu nada, mas insinuou-se muita coisa. Agora anda meio mundo a salivar por aí e nós é que temos de arregaçar as calças para não nos afogarmos.