Aconselho Vivamente…

… e sem quase nenhuma ironia a leitura do início da crónica (online está só mesmo esse início, mas a versão completa é digna de moldura, mais uma) do intocável MST no Expresso de hoje contra a independência do Ministério Público. Depois dos lamentos e remoques pessoais, diz que a sua posição sobre um dos pilares do Estado de Direito é fruto de “longa e ponderada reflexão” e não das suas birrinhas. E um tipo nem chega a rir-se porque ele é mesmo capaz de acreditar no que escreve e esse é o maior problema.

hipocrisy

Há Por Aí Muito Dinheiro

Quase 1,3 milhões de euros para 7 meses de:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA A DINAMIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E DE APOIO À FAMÍLIA NOS ESTABELECIMENTOS DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR DO CONCELHO DE AVEIRO, DURANTE OS MESES DE JANEIRO A JULHO DE 2019, COM POSSIBILIDADE DE RENOVAÇÃO POR PERÍODOS LETIVOS (DE 01 DE SETEMBRO A 31 DE JULHO) ATÉ AO MÁXIMO DE DUAS RENOVAÇÕES

O interessante é que para IPSS, sem fins lucrativos, a faturação é relevante, digamos assim. Se a cruzarmos com a Educoach (é só seguir alguns nomes…) as coisas ainda animam mais, em especial quando percebemos que, por exemplo, a plataforma SAPIE recebeu quase meio milhão de euros de verbas do FSE para ser desenvolvida, tendo como objectivo evitar a retenção ou abandono de 198 alunos por todo o país durante dois anos lectivos.

O que eu gostava mesmo de saber é como conseguem determinar um “rigor preditivo superior a 90%.”, mesmo recorrendo aos dados que as escolas já dispõem, pois pelos vistos contam com os “90% dos dados disponíveis nos softwares gestão dos alunos”.

Há falta de dinheiro na Educação? Nem por isso… anda é a ser “descentralizada”. E os canais apropriados passaram a ser as câmaras. E se depois andarem a espreitar com mais cuidado, em vez de se preocuparem com mais esta ou aquela bacorada dos césares e rios, perceberão que um dos veículos privilegiados passa pelo pré-escolar, cujo alargamento, alarga muitas bolsas.

SAPIE

O Idiotismo

Leio, incrédulo, gente que faz opinião a elogiar o desenvolvimento económico que demonstrará o aumento de bengalis, nepaleses ou romenos em Portugal. Será que essas pessoas sabem no que trabalham muitas dessas pessoas e em que condições. Será que visitaram as zonas onde muitas dessas comunidades se encontram em regimes de exploração laboral, com salários baixíssimos e um quotidiano sujeito a “acidentes” que nenhuma dessas luminárias desejaria para um seu familiar a trabalhar lá fora? É que quem teve emigrantes na família a viver em bidonvilles tem alguma dificuldade em pensar do mesmo modo que certa classe média alta, instalada, com vetustos pergaminhos e engomados colarinhos liberais. Há gente que de tanto querer parecer inteligente acaba por revelar muita outra coisa.

eu-sou-o-burro

Sábado

Realmente isto anda tudo muito flexível. Em defesa da humanização da Educação por via do sucesso para todos, massificam-se as estratégias de combate com recurso a algoritmos que permitem prever à distância o risco de insucesso. Porque, no fundo, os professores, com a sua proximidade, deixam de conseguir ver com clareza, certo? Nem sei para que se andam a fazer planos disto e aquilo às carradas, se a alguém basta carregar numas teclas para saber tudo.

É o chamado tele-sucesso.

Parece tudo muito moderno mas, basicamente, trata-se de um negócio com um bom marketing. E basta ler certos nomes para se perceber que há o aroma dos dinheiros europeus a fazer tocar campainhas que fazer salivar muito.

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