António Sérgio Em 1918

Há pois necessidade inadiavel de duplicar a produção do País, assegurando ao mesmo tempo um melhor equilíbrio das suas classes, uma mais justa distribuição dos encargos e beneficies, e actividades mais  concordes para o bem da comunidade.
Isto exige, imperativamente, transformações profundas e imediatas na estrutura social e na do Estado (onde tantíssimos elementos, e de vária espécie, concorrem para tolher e comprimir as saudaveis fôrças de produção, e agravar a voracidade do parasita a cada novo esfôrço do seu hóspede) e entre elas, em primeiro togar, a difusão do crédito, pondo-o ao alcance de todas as classes produtoras e operárias. De aí se desfiaria, ponto por ponto, uma série de medidas financeiras (reforma do Banco de Portugal e da Caixa Geral dos Deposites; desvio para as actividades produtoras dos capitais confiados aos estabelecimentos bancários do país, etc., etc.), a que se ligariam sistematicamente certas medidas de fomento (fornecimento de maquinismos, materias e garantias ás actividades agrícola, industrial e mineira; incitamento á exploração dos jazigos carboníferos e cursos de agua; desenvolvimento dos transportes e reforma dos contractos de serviços públicos, etc.), correspondentes reformas sociais (generalização da riqueza com maior justiça distributiva dentro dos princípios da propriedade; desenvolvimento do mutualismo, e outras) correlativas medidas pedagogicas (transformações nas escolas normais, no ensino primário, secundário e técnico; colaboração íntima da indústria e das escolas superiores, no sentido de estimular as iniciativas e as suas capacidades de criação ; adopção de novos metodos de ensino, e, finalmente, preparação social do professor, do padre, do medico de aldeia) porisso que cada uma dessas medidas não poderá atingir o seu pleno efeito sem o concurso convergente de todas as outras.  (Pela Grei, nº 1, p. 5)

Ouroboros

Domingo

Dia de descansar e ler uns textos interessantes deixados em comentário, ontem, e que seriam muito aconselháveis aos “humanistas” que andam deslumbrados com o digital.

Los gurús digitales crían a sus hijos sin pantallas

En Silicon Valley proliferan los colegios sin tabletas ni ordenadores y las niñeras con el móvil prohibido por contrato.

Rebelión contra Zuckerberg en colegios de EE UU

Padres de alumnos piden la retirada de un programa de la fundación del creador de Facebook basado en las pantallas sin casi presencia del profesor.

Já agora, mais uma leitura interessante, embora por cá isto esteja longe de ser prática comum (doações privadas a Universidades), sendo a “agenda” mais condicionada pelo acesso a fundos públicos.

Plutocrat donors are shaping the agenda at our elite universities

Big donations such as Oxford’s Schwarzman gift come with big dangers.

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