Quando se começa (Prós e Contras) por apresentar uma (uma) sala digital do futuro que foi criada há 4 anos, penso que entramos logo por um paradoxo. Mas o problema não é esse, embora muita gente confunda o “futuro” com uma crença sua particular numa dada forma de usar a tecnologia. Não tenho muita paciência para ouvir um director a falar na “escola do século XIX”, e nos males da “aula expositiva”, muito preocupado em mostrar-se modernaço, como se em alguma escola do país existissem condições para a maior parte das salas terem um equipamento capaz de uma aula de finais do século XX. Há gente que vive realmente no mundo da Lua e considera que 2 ou 3 salas “tecnológicas” são o “futuro”, quando há 20 com cadeiras e janelas todas rebentadas e sem quaisquer condições de luminosidade para usar quadros interactivos colocados num canto da sala. E isto é mais de espantar em quem, apesar de tudo, está nas escolas e não num gabinete bem climatizado da Católica ou da Nova Business e tal.
E mesmo agora ouvi falar em dar “liberdade” aos professores já que não se lhe pode dar dinheiro e a sorte foi eu não ter nada medianamente sólido para atirar à televisão. A “liberdade” nas escolas é uma quase miragem para os professores nas escolas de hoje, entregues a gente que desenvolveu em poucos anos um incrível complexo de Napoleão.
Valha-nos o António Carlos Cortêz.