Devo Ser Mesmo Esquisito

Tenho dificuldade em compreender pessoas que, afirmando uma desafeição figadal a provas e exames, depois parecem cardeais da ortodoxia na classificação das provas, com sinais de evidente rigorismo mortis. Do mesmo modo, estranho que exalte a importância da sua disciplina no currículo, mas depois pretenda que não exista qualquer tipo de aferição/avaliação/seja o que for do trabalho realizado pelos e com os alunos. No primeiro caso, umas visitas a fóruns de classificação de provas do santo iavé permitem-nos um vislumbre do delírio; no segundo, basta ver a posição de alguns responsáveis de associações de professores de [colocar nome da disciplina].

E depois há ainda quem se coloque numa posição de superioridade intelectual, numa tal sobranceria, que só mereceriam que se lhes desse o tratamento que dedicam a quem acham que não sabem desenvolver um raciocínio, como se apenas a Matemática  o permitisse. Mas eu sou chato, pelo que não gostaria de deixar passar este texto da Lurdes Figueiral sem lhe fazer notar, a bem de um “raciocínio limpo” que quando se ignora algo, ao ponto de não merecer comentário, não se escreve isso mesmo, pois é um comentário. Porque há quem perceba e ame muito a Matemática, mas pouco a Lógica. Não era nada comigo, mas irritam-me estas verborreias adjectivadas (raios, são quase 10.000 caracteres) só porque a APM é uma das actuais organizações queridinhas do poder que está. E detesto que a “tolerância” apenas se enuncie. Agora imaginemos que se aplicava esta lógica com os alunos…

Bigorna

7 opiniões sobre “Devo Ser Mesmo Esquisito

  1. Na minha humilde opinião, o ME não reconhece importância a nenhuma disciplina “enciclopédica”. O que faz é exigir, cobrar mais a umas do que a outras, o que, por sua vez, faz com que as pessoas confundam isso com importância. Julgo que é isso.

    Quanto ao resto, eu também sou esquisita. Nada de anormal, digamos assim, uma vez que isto é um Quintal. 😉

    Naquilo que escreve sobre a correção de provas/exames, e nos outros exemplos que dá, como em tudo na vida, falta bom senso.
    É pena, mas falta. E também coerência, já agora.
    E…
    Bom, ainda estamos a começar a semana, por isso “está de bom tamanho”.

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    1. Maria,
      a Lógica faz falta para quê? Para os cidadãos perceberem (melhor) o que, por exemplo, os políticos lhes fazem? Hum… Não me parece que interesse.
      Ética? Maria, que coisa mais antiga.
      Qualquer dia até a palavra “vira” arcaísmo. 😉

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  2. Mas quem é cientificamente falando a Lurdes Figueiral ?
    Sinto total saturação por este tipo de paleio. Começo a ficar preocupado com infestação de tantos cromos … nunca se viu nada assim.

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  3. 1. Os exames são para corrigir com rigor e não para dar 50 ou 9, 5 a “todos”, não obstante toda a subjetividade que a sua elaboração e correção encerra.

    2. Eu tentei ler o que a colega escreveu, mas aquele longo emaranhado inicial que durou até meio da prosa fez-me desistir. Não há paciência para tanta palavra e tão pouco conteúdo.

    3. Não sei se os futuros professores do primeiro ciclo devem ou não fazer exame a Matemática. Sei que devem ser bons e dominar aquilo que ensinam, o que não é o caso em muiiiiiitas circunstâncias. Por exemplo, o domínio da língua portuguesa por parte de alguns é no.mínimo lamentável.

    4. Muita gente contesta a realização do exame de Matemática, mas ninguém contesta que muitos licenciados em Educação Física tenham encontrado refúgio no primeiro ciclo.

    5. O professor do primeiro ciclo é mais importante do que eu, que tento ensinar, sem frutos, Fernando Pessoa aos jovens adultos. Aqueles 4 aninhos, para não recuar ao pré, determinam MUITO do que será o futuro das crianças no seu longo trajeto educativo.

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    1. Tentar ensinar o que quer que seja é, para mim, um bom princípio.
      Tentar ensinar Fernando Pessoa é um desassossego permanente.

      “Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria.”
      F. Pessoa

      Relativamente ao resto, há situações e situações, pessoas e pessoas…
      Seriedade é seriedade, mas acima de tudo é preciso haver bom senso.
      Isto é o que penso. Talvez bem, talvez mal.

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