O homem que comprou o grupo DN/JN/TSF e muito jeito deu ao mandante mor dos baldaias, aquele de quem o actual nunca desconfiou nada.
Dia: 23 de Julho, 2019
Lifestyles Do Zeitgeist (Avec Açai da Amazónia E Moringa Dos Himalaias)
O sal faz mal, o açúcar mata, o leite é um veneno, comer carne é crueldade. Andar de bicicleta é um must, o que é preciso é combater o sedentarismo e a obesidade, criar zonas e espaços para a mobilidade e imersão na Natureza. Devemos ser saudáveis à força. Não há planeta B.
Até à exaustão.
Mas depois há aqueles paradoxos que me deixam abismado com a estupidez humana. Nos últimos meses acompanhei o evoluir de uma espécie de “via” paralela a uma estrada que percorro diariamente, numa zona urbanizada mas até razoavelmente arborizada. Ao lado da estrada, havia um passeio empedrado. Há uns valentes meses, começaram a esburacar-se mais uns 2-3 metros ao lado para o que se suporia uma ciclovia. Para início das hostilidades, encontrou-se a maquinaria e o material a um pequeno conjunto de sobreiros. Dois deles estão, agora, praticamente defuntos. A seguir desmatou-se e desarborizou-se quase por completo uma parte significativa das zona envolvente ao tal “caminho”; umas quantas oliveiras ficaram semanas com raízes expostas, enquanto não era concluída a “pavimentação” que, claro, foi com alcatrão daquele bem impermeável, porque parece que magoa andar e rolar em outros pisos. Todo o trajecto ficou bem betumado. Ontem, até com carro já alguém andava por lá, a cortar caminho para alguma garagem. Ou então era o empreiteiro a testar a resistência do material. Sem escoamento, a água irá para a estrada, a qual terá as sarjetas entulhadas em altura de chuvada com “valores acima da média para a estação”.
Uns basbaques ficam a olhar, quase todos obreiros da obra que ergueram com muita pausa pró mata-bicho, abnegadas cuspidelas e não poucas beatas ao vento (assunto a retomar mais adiante). Outros, passam e olham em modo de “já não sei o que me vai aparvalhar mais”, como este aqui vosso escriba de má-língua e hábitos arcaicos.
A obra virá como grande progresso, por certo, em publicação municipal. Grande conquista para o lifestyle saudável da freguesia. Umas centenas de metros mais adiante, já há mais uns sobreiros marcados para cortar e dar lugar, quiçá, a uma zona verde daquelas com rega intensiva ou então, porventura, um ginásio na falta de uma qualquer superfície comercial.
Os tempos parecem-me de uma idiotice assinalável, em que se substitui a natureza para se estar numa espécie de natureza, em que se defende o exercício, mas sem fazer doer os pézinhos. Em que se vai de carro à mesma para o trabalho, mas se passeia a lycra de bicicleta ao fim de semana, antes da churrascada.
É como aquela das multas para quem deitar beatas para o chão que se espera com fiscalização a cargo de corpo próprio de vigilância, tipo Polícia para Inspecção e Multa das Beatas e Afins (PIMBA).
Os tempos estão parvos. Ou foi do homem ir à Lua ou é das hormonas de crescimento nos frangos (carne branca) ou dos pesticidas na rúcula ou da fibra na quinoa causar flatulência que sobe ao cérebro.
(o que me diverte, quando passo nas redondezas do centro de saúde, ver aqueles mocetões todos turbinados de canadianas porque se escafederam todos a malhar pró body metrossexual e depois ai, ai, ai que fez dói-dói no tendão ou entalou o escroto no selim, porque se esqueceu do calção acolchoado)
Começa Lentamente A Perceber-se Toda A Perversidade…
… dos retalhos de um modelo que, sem ser por qualquer mérito, mas pelo resultado da conjugação astral de vinculações, reposicionamentos, bonificações escalonadas e faseamentos, quotas e avaliações, leva a ultrapassagens incompreensíveis num sistema que se queira mesmo justo e equitativo. Nada disto era verdadeiramente necessário, sem ser por pura maldade, pois não me venham com incomportáveis efeitos orçamentais. Muita gente alheada e distraída começa, mas devagar, a compreender que todo o “edifício” ficou contaminado. Não começou em 2015, mas logo com os titulares e com as armadilhas em torno da transição dos escalões “novos” do ECD de 2007, em especial o que se passou em torno da passagem pelo 272, mas não só. Há quem queira sacudir a água do capote, mas não se pode explicar tudo por incompetência técnica. Houve a clara vontade de desregular o sistema, tornando-o quase incompreensível a partir de dado momento, com tanto remendo.
Ler As Interessantes “Notas Conclusivas”
Pela clareza, objectividade e perspicácia de muitas observações. O estudo é de 2013, já no actual quadro legislativo. Quase nada mudou, quase tudo se agravou.
Gestão e Administração Escolar: Perspetivas de diretores e professores perante as novas políticas educativas