Parece que há quem seja tão duro de compreensão que só depois do início de uma segunda temporada de fogos, já depois do episódio de Tancos e de tantos outros eventos “menores” (como aquelas coisas das viagens por conta, das nomeações torrenciais de familiares, etc, etc), parece ter percebido que o actual Governo tem uma política claramente definida desde o início do mandato de não se responsabilizar por nada que corra mal e, no caso de não poder fingir que nada acontecer, passar culpas e vitimizar-se.
O ministro Cabrita é apenas mais um numa linhagem longa de governantes que, perante uma situação problemática, tratam de sacudir a água do capote, apontar o dedo a outros e dizerem-se perseguidos ou vítimas de tenebrosas conspirações.
Em quase todos os casos, são apenas incompetentes que não sabem ir mais além e, portanto, precisam de um modo de contra-atacar perante uma opinião pública meio anémica, uma comunicação social vulnerável a “narrativas” em “exclusivo”, um presidente em busca do segundo mandato deste o primeiro dia e uma “oposição” que disso apenas tem o nome.
Na área da Educação, a estratégia do “coitadinho” foi bem visível em alguns momentos, com dois grandes artistas no “ai-jesus que me estão a difamar”, curiosamente os gajos e não tanto a SE Leitão, bem mais bruta nas reacções e menos dada às choraminguices em on ou off do Tiago e do João que cedo cumpriram na perfeição o guião definido.
Há quem só agora perceba isso? Por onde têm andado?




(ainda me lembro de um episódio menor da história da implementação do pafismo educacional, em que, descobrindo-se que a vaga de fundo de apoio a um governante era encenada a partir do seu próprio gabinete, a reacção foi armar-se em vítima e acusar terceiros de serem mentirosos e caluniadores… quando a verdade era outra…)
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