A Lei É Para Cumprir Quando Calha

Não é a mim que é preciso explicar que somos governados por uma clique de hipócritas em matéria de legalidade. Mas é sempre ultrajante para um cidadão ter um governo em que o nº 2 (cf. lei orgânica) diz que há leis que não devem ser aplicadas de forma literal quando se trata das negociatas da família dos colegas, enquanto o nº 1 diz que irá aplicar a lei até aos seus cantos mais recônditos quando se trata de controlar uma greve. Não é nada de novo, mas um tipo nunca se habitua… hã sempre um vómito a formar-se.

VOMI

 

Domingo

Um dia interessante até ao momento, porque o fbook está em manutenção e ainda não fui ao mail verificar se mais alguma criatura inútil decidiu bolsar traumas profundos acerca dos professores e das suas férias, remunerações, etc. Por criatura inútil entrnda-se um qualquer “assessor de comunicação” contratado na base do cartão partidário ou fidelidade invertebrada ao clientelismo local ou “consultor”, outra subespécie que muito pouco falta faz à sociedade fora dos circuitos em que se cobra por serviços que, em regra, qualquer um deveria conseguir tratar não os tornassem tão labirínticos que se tornasse quase uma necessidade contratar exegetas nas matérias.

Back in the days… quando eu me dava ao trabalho de ser chateado por tipos do insurgente e do 31 , raro era aquele que criticava os professores por serem funcionários pagos pelo Estado que não vivesse de “consultorias” ou “assessorias” junto desse mesmo Estado ou de outros poderes públicos lá fora, com preferência para estados ditatoriais africanos ou petroarábicos. Quando se chamava a atenção para o paradoxo, a contradição, disfarçavam e diziam que era outra coisa. Mais recentemente, apareceu-me no fbook mais um ou outro desses “indignados” subsidiodependentes que acham que receber remuneração por ensinar nas escolas públicas é menos digno do que receber subsídios por “projectos” de utilidade e interesse, no mínimo, questionável. Ou seja, se os dinheiros públicos (nacionais, europeus ou outros) lhes forem concedidos ou ajustados, está tudo certo, é dinamismo pessoal e “empreendedorismo”, mas se for em forma salário por um desempenho profissional quotidiano já é “conformismo”, “comodismo” e outras coisas assim.

Prometi a mim mesmo, a bem de os ler a enterrarem-se em contorcionismos retóricos, não os mandar logo para aquela substância defecante que calcularão. Mas a paciência, mesmo sendo o calor “abaixo dos valores médios para a estação”, por vezes fica curta.

smile

(o pior mesmo é quando se sabe que já foram professores ou justificam mesmo as baboseiras com esse argumento… sim sabemos porque deixaram de o ser, não precisam explicar…)