Parece que por cá (e não só) há gente espantada com o poder que a extrema-direita vai tendo no país onde surgiu o Fascismo (o original), onde depois da Segunda Guerra Mundial existiu uma operação clandestina com apoio internacional para manter a Democracia Cristã no poder durante décadas, se necessário com o envolvimento de uma milícia secreta com contornos neo-fascistas para afastar as pretensões da esquerda, onde o MSI foi legalizado logo em 1946 e apoiou diversas soluções governativas até aos anos 90 graças a votações entre os 2 e os 3 milhões de eleitores (sendo em 1992 eleita deputada Alessandra Mussolini, neta de Benito sem complexos em assumir a sua herança política), onde Berlusconi foi primeiro ministro por três vezes entre 1994 e 2011, com duas vitórias eleitorais já neste século e depois de tudo o que se sabia sobre ele.
Pelos vistos, nem foi preciso semestralizar a História, para muita gente ter apenas as lombadas do Círculo dos Leitores na estante da sala e não perceber nada do que nos rodeia ou como chegámos aqui. A perda da Memória tem coisas destas, surgem espantos quando apenas temos continuidade; pode ser uma continuidade infeliz, mas não deixa de o ser. 
(se calhar, acham que certos massacres feitos nos anos 30 e 40 – de judeus e não só – não foram feitos com a colaboração activa de muita gente de países exteriores ao “Eixo”, que com ele colaboraram de forma voluntária… da Checoslováquia à Ucrânia, não esquecendo a própria França, Holanda…)
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