A História E Os Factos Atrapalham Muito O António Costa

Não admira que dê cobertura à salamização da disciplina pelo outro Costa. Hoje, na investida feita na TVI declarou, entre outras pérolas de sabedoria que escapam sempre sem especial contraditório por parte de jornalistas amansados, que os portugueses não gostam de maiorias absolutas. O que é muito relativo em, termos de factualidade, já que desde 1987 deram duas maiorias absolutas a Cavaco, uma quase maioria a Guterres, uma a Sócrates e outra à PAF de Passos /Portas. Ou seja, em 32 anos, fazendo bem as contas temos mais ou menos 16 anos de “absolutismo”, mais o período limiano-guterrista. Tomara eu que não gostassem.

AntCosta

 

19 opiniões sobre “A História E Os Factos Atrapalham Muito O António Costa

  1. Em 39 anos apenas 3 maiorias absolutas de um só partido não me parece grande coisa. A afirmação do nosso primeiro não seria assim completamente desprovida de factualidade.
    É claro que Costa a deseja e a afirmação em causa expressa esse desejo de modo “enviesado”. Parece-me, contudo, que o desejo não se irá concretizar.

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    1. A maioria “pafista” foi votada, sabendo-se que se tivesse maioria absoluta seria a solução de governo. São 16 anos.
      As maiorias de Cavaco sucederam-se a um governo minoritário que já era dele. O “povo” escolheu mais.
      Retirei da História o período da AD.
      A teoria da aversão às maiorias absolutas é um mito pouco piedoso.
      Mas se compararmos anos com eleições (em unidades) parece outra coisa.
      Por exemplo… nos anos 90, em 10 anos, houve “apenas” uma maioria absoluta. Mas essa corresponde a 4 anos, mais os 2 que vinham da maioria anterior. E em 1999 tivemos o famoso “empate” guterrista.
      Os números, bem espremidos, correspondendo ao mesmo, podem transmitir percepçóes muito diferentes.

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      1. A espremidela que fiz aos números tem a ver com o facto de Costa não ser o líder de qualquer coligação. Não sou um defensor da teoria da aversão mas parece-me que os números mostram que na inexistência de coligações o próprio sistema eleitoral dificulta a obtenção de maiorias absolutas sendo que estas são conferidas a um só partido quando o líder se aproxima pelas suas características do presidente-rei a que se referia o Pessoa. Não quero com isto afirmar, entenda-se, que o Cavaco ou o Sócrates fossem “parentes” do Sidónio.
        Voltando à espremidela. São 12 anos em 43 ( contei-os agora até ao ano em curso e não até ao início da legislatura como o tinha feito anteriormente).

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  2. O A.Costa é um verdadeiro democrata !
    É um Senhor !
    Acabou de fazer altos/ altíssimos elogios ao Carlos Moedas ” O país deve-lhe muito ” ,etc e vice-versa…
    Tão queridos e tão amigos !
    Panela só há uma…toma lá que é democrático .
    E o Rio ? Apenas vê comboios a passar .
    :))))

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  3. Diz Mr. Costa que “Somos uma espécie de aldeia de Astérix da estabilidade” o que faz dele o Abraracourcix cá do pedaço. O Ministro Tiago Rodrigues só pode ser o Assurancetourix que quando está calado, pode dizer-se que é um bom companheiro. O ministro Santos Silva é o Obélix que gosta de malhar nos romanos (direita).Carlos César fica bem no papel de Tullius Detritus. O ministro Pedro Nuno Santos pode ser o Acidonitrix, etc.

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  4. As maiorias absolutas podem ter a ver com a factualidade histórica portuguesa.
    45 anos após o 25 de Abril e após as consequências destas maiorias, os portugueses podem ter chegado à conclusão que maiorias absolutas ou quase absolutas são para esquecer nos tempos que correm e cada vez têm mais por onde escolher.

    Por outro lado, esta solução da geringonça não se saiu mal, por muito que se critique.
    Não foi mais longe para muitos, mas isso já seria de esperar. O PS é o que é.
    O mais importante é que se afastou aquela insegurança, o privatize-se tudo, a política da terra queimada do programa troika da PAF.

    Não vai ter a maioria absoluta, espero que não. E espero que a esquerda que não a dos mass media consiga aguentar-se e aumentar votos.

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  5. Os portugueses gostam de mamadoria dissoluta. Os que não gostavam emigraram. Podemos vê-los a protestar contra as atitudes anti-democráticas do Boris nos noticiários. Se tivessem cá ficado apareceriam nos noticiários a pedir para não ter de esperar 1 ano por uma consulta de oftalmologia.

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  6. Jorge Mendes,

    O ACosta falou em maiorias absolutas… existiram as da AD, do Cavaco e da PAF à Direita e a do Sócrates à esquerda. São mais de 12 anos.
    O que ACosta receia é que venha a ser comparado com Sócrates pela negativa… não conseguir ganhar eleições em 2015 e em 2019 não conseguir a maioria absoluta à esquerda, apesar do PCP ter sido reduzido nas europeias e um mínimo quase histórico e o Bloco andar aos ziguezagues para não pisar nas minas ou se “espremido” pelos novos grupos que dele saíram (do Livre ao MAS).

    O PS aposta na vitória ao centro, atendendo ao completo deserto que é Rui Rio, colocado a dirigir o partido para facilitar o acesso dos autarcas a subsídios europeus, o que escrevi desde o início, pois com Passos Coelho a acrimónia dos senhores do momento era muita.

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  7. Paulo Guinote,
    O nosso primeiro fê-lo num determinado contexto. Disse que não iria pedir maioria absoluta, não porque não a queira, mas porque os portugueses não gostam de maiorias absolutas. Não se limitou a falar em maiorias absolutas.
    De qualquer forma isto é irrelevante para o que aqui se dizia. Se há um dado que os números revelam, sem grandes espremidelas, é que governos minoritários tendem a não se aguentar até ao fim das legislaturas. E esse dado é capaz de ser interessante para compreender a eventual tendência para uma maioria absoluta seja de que tipo for.
    Só mais uma coisa. O Costa não é claramente parente do Sidónio e o centro é nos nossos dias uma coisa difusa.

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  8. Não esquecer que as maiorias são ganhas nos distritos do Porto, Lisboa, Setúbal e Coimbra e Santarém. É nestes que os votos tem que ser repartidos por outros partidos para não haver as maiorias absolutas. A CDU consegue deputados a sul do Tejo. A norte só no porto, Braga, Aveiro e Coimbra. O BE pode ir apanhar deputados em mais distritos. O PAN é uma incógnita… já não falo do PSD e da cristas….dependendo do distrito é ver que partido (s) interessa votar para ter um mínimo de percentagem para eleição.

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  9. E levar a uma maioria NÃO ABSOLUTA. Por vezes pode ser como cunhal disse a propósito, salvo erro, de umas presidênciais. “…tapar a cara e colocar a cruzinha”.

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    1. Essa frase de Álvaro Cunhal foi dita num contexto extremado nas presidenciais na 2ª volta- ou Freitas do Amaral (representante da direita) ou Mário Soares (representante não sei bem de quê, mas na altura o oposto do que representava Freitas do Amaral).

      Não é uma boa ideia começar-se a pensar em tapar a cara e escolher um qualquer. O que A. Cunhal disse foi num contexto totalmente diferente. Que ao camarada até se lhe dá uns arrepios.
      O que se escreveu a este propósito no ex-umbigo sobre essa estratégia!

      E veio a PAF!

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  10. Essa frase de Álvaro Cunhal foi dita num contexto extremado nas presidenciais na 2ª volta- ou Freitas do Amaral (representante da direita) ou Mário Soares (representante não sei bem de quê, mas na altura o oposto do que representava Freitas do Amaral).

    Não é uma boa ideia começar-se a pensar em tapar a cara e escolher um qualquer. O que A. Cunhal disse foi num contexto totalmente diferente. Que ao camarada até se lhe dá uns arrepios.
    O que se escreveu a este propósito no ex-umbigo sobre essa estratégia!

    E veio a PAF!

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