Calls for inquiry into claims Johnson backers benefit from no-deal Brexit
Confused By The Impeachment Process? This Flowchart Should Help.
(c) Ann Telnaes
… impressiona mais pela pequenez de muitas das figuras envolvidas e pela forma como colocam as suas vaidades pessoais acima de qualquer interesse público ou institucional do que propriamente pelas artimanhas de políticos de ocasião. Assim como impressiona a facilidade como um grupo de pequenos meliantes consegue introduzir-se em instalações militares e roubar armamento. O epifenómeno político é apenas uma cereja estragada em cima e um “bolo” podre até aos alicerces. E dá para perceber que o “bolo” é um reflexo do país e de como é governado, desde a escala micro-institucional, por cliques de habilidosos.
O topo e a base da hierarquia reflectem-se na sua mediocridade.
Eu tentei isolar partes do programa do PAN para a “Educação, Ensino Superior e Investigação”, mas declaro-me derrotado. Parece uma sopa da pedra, mas sem as partes boas.
Mas não resisto a estes excertos, lapidares no seu neo-eduquês conceptual:
Por que razão cada professor tem de gerir sozinho a sua turma? Por que tem de ter uma turma? Por que tem de haver reprovação? Por que tem de haver um professor a falar e um grupo de alunos a ouvir, ou a fingir ouvir?
(…)
A implementação da flexibilidade curricular deve ser acompanhada de adequada reflexão e inovação nos seus processos e dinâmicas organizacionais. Por outro lado, a descentralização de competências pode representar a oportunidade de reorganizar as relações entre todos os agentes da comunidade, onde a escola não fica isolada no seu papel educador. Para tal, necessita de conseguir integrar e potenciar as sinergias da comunidade, não descurando a ligação à Academia.
(…)
Em contraponto à escola fábrica apresentamos a escola das emoções, da natureza, do desporto e das expressões pelas artes, onde vigora a transdisciplinaridade, e a empatia surge como o maior facilitador da construção de relacionamentos sociais, promovendo a liderança natural.
O Iniciativa Liberal é o partido que Santana Lopes não fundou nos anos 90. Assim como é o partido que algum do pessoal do Independente gostaria de ter fundado. Até o azul-cueca de beto é parecido com o do Aliança e com o triângulo invertido (cruzes!) do logo do Indy.
Em termos gráficos e de mensagem tem os melhores cartazes da campanha, porque são variados, bem pensados e divertidos, mesmo se nunca conseguem afastar a ideia que se definem por oposição. Todas as razões para não funcionarem por cá, porque é aquele tipo de coisa que funciona bem num think tank da Católica ou na esplanada de um sunset da moda da linha ou da Foz, mas que no país real faz lembrar apenas uma espécie de vinhetas de banda desenhada.
Por mim, tudo bem, discordo da maior parte da mensagem (até porque será o único líder partidário com quem troquei forte e azeda adjectivação nos tempos do Umbigo, quando o seu jovem liberalismo significava participar em contratos de consultoria com estados de matriz autoritária), mas gosto bastante de apreciar o resto, aquela forma de querer exibir virtuosismo e trocadilhos à MEC.
Claro que só terão votos em Lisboa e no Porto (o único distrito em que a acreditar nas pesquisas do google o candidato é vagamente conhecido), porque são uma espécie de Livre de Direita, mas o que interessa isso quando a vaidade não é pequena?
Sim, isto torna-se um pequeno vício. Neste caso, a comparação entre os 5 principais líderes políticos (não dá para 6, mas eu confirmei que o líder do PAN perde por muito em confronto directo com os restantes).
Ao longo dos últimos 12 meses, António Costa, Rui Rio e Catarina Martins dominaram as pesquisas, com Jerónimo de Sousa destacado em último lugar, o que se pode explicar pela percepção pública da sua previsibilidade e, logo, da desnecessidade de o googlar em busca de novidades. Subida forte de Rio e Catarina no final do período, que mais adiante se verá em maior detalhe.
Ao longo dos últimos 30 dias, percebe-se que sobre António Costa há menos pesquisas, subindo Assunção Cristas, curiosamente muito pesquisada em Beja e Setúbal, assim como em Coimbra. Catarina Martins com destaque no final da primeira semana de Setembro, enquanto Rio sobe em meados do mês.
Na última semana permanece a descida de António Costa, enquanto Assunção Cristas praticamente atinge os valores de Catarina Martins, com destaque para os dias 26 e 27 de Setembro, alargando-se o âmbito geográfico da sua influência. Rui Rio destaca-se como o nome mais procurado, mesmo em zonas com menor implantação habitual do PSD.
Os últimos 12 meses analisados na perspectiva das pesquisas (a partir do Google Trends) sobre as três profissões em confronto mais aberto com o Governo. No caso dos motoristas as cinco principais categorias de pesquisa incluem também o termo greve, o que acontece com três das categorias associadas aos enfermeiros (as outras incluem “bastonária dos enfermeiros” e “greve cirúrgica” ) e com duas dos professores (em 1º e 5º lugar, surgindo pelo meio as pesquisas associadas a “concurso”, “colocações” e “vencimentos”.
A maior incidência da pesquisas verificou-se no interiores e regiões autónomas, o que poderá indicar uma maior dependência da net para recolha de informação.
Ou fora de Lisboa ninguém sabe digitar familygate ou então esse tema é claramente uma questão que não interessa à generalidade do país, em matéria de pesquisas na net. Já o caso de Tancos…
É estimável a aparente renovada preocupação de alguns órgãos de comunicação convencionais em verificar a fiabilidade de algumas declarações de políticos ou “notícias” falsas, mais ou menos virais nas redes sociais. Não vou relembrar com muita insistência que continuam a não olhar para “dentro” e a admitir que muito logro veicularam, de forma consciente ou não, em troca de algo ou não ao longo dos anos e que continuam a falhar muito na verificação dos factos que publicam, assumindo que fonte “oficial” significa rigor.
Vou apenas constatar algo óbvio e que é o facto de os critérios “editoriais” que definem o que deve ser ou não ser verificado ser em si mesmo uma forma de dar mais ou menos importância a uns temas ou pessoas. Ou de colocarem a fazer essa verificação gente certamente estimável mas que parece considerar que o google contém 99% da informação passível de ser consultada e que uma notícia se faz apenas com o uso de um telemóvel medianamente inteligente.
Usando a metodologia mais básica do Google Trends, o que obtemos quando se comparam as pesquisas feitas sobre António Costa e Rui Rio.
O que percebe é que o interesse em ambos aumentou em tempo de campanha (natural), mas que Rio conseguiu, apenas pela segunda vez, suplantar Costa.
Um detalhe interessante é verificar os temas mais pesquisados em associação a ambos.
No caso de Costa, para além das pesquisas associadas ao debate com Rui Rio destacam-se as pesquisas sobre familiares seus (irmão, mulher). No caso de Rio, aparece a busca do seu twitter e as suas posições sobre a questão dos professores. Algo em tudo isto voz parece estranho. A mim, nem por isso. Claro que desagregando o último ano por meses os dados serão mais curiosos. Ou por semanas, ficando aqui os dados dos últimos 7 dias, em que as consultas sobre Costa dispararam desde a acusação do caso de Tancos e se equilibrou a distribuição geográfica das pesquisas dos internautas.
Em termos globais, nos últimos 12 meses, o interesse em Rio só em algumas zonas do interior e nos Açores é que atingiu níveis próximos dos de Costa.