… é aquele que exalta a necessidade de conhecimentos para fruir as Artes, mas em matéria de Expressões manteve, durante quatro anos de mandato, a redução do peso das expressões artísticas no currículo (nesse aspecto não se distinguindo em nada da “direita” da troika), enquanto multiplicava o espaço exclusivo da Educação Física. A separação no 2º ciclo da Educação Visual e Tecnológica em duas disciplinas sem par pedagógico manteve-se, fragmentando uma abordagem de técnicas que estão fatiadas a 90 minutos semanais. Tal como a Educação Musical. No 3º ciclo, a presença das Artes é residual, pelo que é de uma muito particular falta de decoro que se escreva o que a seguir coloco (p. 33), de forma a que se perceba que não é feita qualquer manipulação do texto pensado e assim escrito.
Alguém me explique, devagarinho e com factos concretos, porque é que um dos autores desta longa passagem – com a qual concordo na formulação e substância – pouco ou mais exactamente nada fez para que fosse possível concretizar uma efectiva educação artística nas escolas públicas, investindo nessa componente do currículo em vez de transversalidades do tipo “Literacia Financeira” ou mesmo “Educação para o Empreendedorismo”. Que podem ter o seu lugar e sentido, mas não num contexto de completa erosão ou apagamento das Artes no currículo do Ensino Básico. Houve muita preocupação em demonstrar, por vias de provas de aferição no 2º ano, que os alunos não sabiam dar cambalhotas ou fazer determinados movimentos de Expressão Física, mas nenhuma em que eles (ou os de 5º ou 8º) revelassem se compreendiam a diferença entre uma pintura e uma escultura ou se têm alguns hábitos regulares de consumo cultural.
Já sei… é tudo uma questão de aplicação da “autonomia” por parte das “escolas”.