Dia: 11 de Setembro, 2019
Uma Boa Surpresa
O que eu gostava que muita gente trocasse uma dezena de selfies pela leitura de um bom livro, mesmo relativamente pequeno como este. E que fugissem ao óbvio.
(e nas fnac até está em promoção…)
Como Spinar As Coisas
Há 50 escolas/agrupamentos com “semestres” e anuncia-se que “há cada vez mais escolas” a fazer isso. Claro, pois antes não existia nenhuma. Bastariam 2 ou 3 para serem mais do que há um par de anos. As “unidades orgânicas” são mais de 800. É fazer as contas de tamanho sucesso.
Mantendo o calendário religioso das pausas lectivas e juntando uma obrigatória avaliação intercalar (porque um “semestre” acaba por ser “longo”), não me parece a melhor das ideias, mas sabeis que sou um matarruano conservador, imobilista e impermeável ao século XXI. Dizem que se dão menos dias de aulas e tudo, o que é curioso em quem se queixa de falta de tempo para leccionar os conteúdos.
(já agora… começam a ouvir-se algumas realidades sobre a semestralização de disciplinas´como a História, opção que pode levar a que os alunos estejam todo um ano sem aulas dessas mesmas disciplinas… basta terem o 1º semestre no 5º ou 7º e o 2º semestre no 6º ou 8º… consta que é “óptimo” para o desenvolvimento e consolidação de aprendizagens significativas, claro…)
Pelo Contrário, Está A Ir “De Menos”
O Polígrafo era uma boa ideia, mas depois veio o negócio, foi cooptado pelo Expresso/SUC e parece funcionar com estagiários a acabar o primeiro ciclo de estudos bolonheses. Depois de um início em que parecia poder vir a ser outra coisa, perdeu o rumo, passou a reagir a bitaites nas redes sociais (ao serviço, claro, de uma estratégia destinada a promover o “jornalismo sério”) e a fazer verificações de factos baseadas em simples pesquisas no google e nos mesmos meios digitais que deveria verificar. Quanto à vida política, passou a imperar a verificação de fait-divers e não uma abordagem séria do que é afirmado, por exemplo, em programas e promessas eleitorais. A razão? porque não têm gente qualificada para o fazer, porque isso implicaria, mais do que temporários em busca de ascensão e lugar, contratar especialistas nas várias áreas. Implicaria fazer as coisas a sério. O que resta é pouco, Há uns dias, numa “verificação”, era constatado que algo era falso, Mas tinha um “mas” que não era mais do que uma opinião sobre as razões que explicariam a tal falsidade. Ou seja, a contradição de uma avaliação objectiva dos factos. Para opiniões sem fundamentação empírica já temos muitos articulistas “de referência”.
O fact-checking à tuga não está a ir longe de mais, muito pelo contrário. Está a servir para dar a sensação que existe.
4ª Feira
Nada como um segundo pequeno almoço a tomar o pulso às férias das senhoras que gostam de partilhar com todo o estabelecimento as maravilhas da Isla Canela, porque a Isla Cristina “nem se compara”. Em meu favor se diga que, embora conhecendo os riscos do local, lá entrei quando estava, estranhamente, vazio de clientela. Mas, a dado momento, pareceu ter sido dado uma espécie de tiro e eis que chegaram as clientes habituais, tendo à cabeça a, vamos ser generosos, ainda jovem adulta que fez propaganda ao spa em que trabalha (e que tem uma happy hour “para toda a gente” o que me parece factor eliminatório de qualquer spa que se queira de qualidade mínima, mesmo para subúrbios com pretensões), recurso que antes de nos maravilhar com os camarões que lhe serviram (que raio de pancada obsessiva este pessoal tem com as gambas) e o igualmente maravilhoso vinho, com a água do mar sempre a 27, 28 graus, umas noites de Verão sem vento “como antigamente havia” (?!?!?!?!) e um paredão de 7-8 km para andar toda a noite. Desde logo, percebe-se que a pessoa não entende o sentido da palavra “paredão”, devendo querer dizer “calçadão”. Em seguida, que levar a noite a andar para trás e a frente 7-8 km me parece uma forma como qualquer outra de desperdiçar muito tempo que poderia ser usado em actividades mais lúdicas (jogar à bisca lambida, como é óbvio). Mas pronto é o que se tem e acaba por substituir um pouco o recurso aos transportes públicos como forma de tomar o pulso à população neste período pré-eleitoral. E ao quotidiano em geral. Durante poucos minutos de cada vez, entenda-se.
(fiquei verdadeiramente em pulgas e ácaros para conhecer a reportagem que terá feito, por certo, para o insta e o feice)