O país envelhece e acentuam-se velhíssimas assimetrias. Perante a falta crescente de alunos no interior temos a atracção macrocéfala da capital do velho Império e arredores. Resultado: ao contrário de outras profissões (como médicos e enfermeiros), em que a dificuldade é consegui-los no interior, no caso dos professores o diabo está em consegui-los em Lisboa e ao redor, onde os que se deslocam de outras regiões e precisam de casa ou quarto enfrentam a bolha especulativa do arrendamento nestas zonas. Claro que tudo isto escapou aos brilhantes estrategas da política de gestão dos recursos humanos em Educação, mais preocupados em poupar para ter com que tapar os verdadeiros buracos. Quem fica mesmo a perder? Alunos sem aulas em várias disciplinas meses a fio, a lembrar os idos de 70 e inícios de 80. Mas, claro, desde que se flexibilize e semestralize nem se nota nada.
E todos somos centeno há 15 anos.
Correio da Manhã, 2 de Outubro de 2019
Republicou isto em Primeiro Ciclo.
GostarGostar
Grande Paulo !
Posts sempre tão verdadeiros !
… ” Mas,claro,desde ques se flexibilize e se semestralize nem se nota nada “…
Tudo dito.
GostarGostar
Nas “microcefalias” transmontanas, a falta de profs, há uns anitos, que se faz sentir em vários grupos. E este ano não é excepção!
GostarGostar
Professores colocados em Valença do Minho vivem em Tui
GostarGostar