Durante anos as coisas nem chegaram à superfície. Durante alguns dias foi assunto circunscrito à CMTV. Agora já toda a gente fala e escreve sobre o assunto das ecografias à la minute de um médico muito específico, como se fosse ele o único a ter tal conduta. Até o bastonário da Ordem dos Médicos apareceu a pedir desculpa – olhando-nos lentes nos olhos, abandonando os seus característicos óculos e agora até diz – dias depois de afirmar que a Ordem não tivera conhecimento de nada (4º parágrafo), nem que o teria de ter – que por ele já tinha demitido uma série de gente. Vamos deixar-nos de hipocrisias, pois somos muitos os que conhecemos histórias deste tipo e em primeira mão. Há gente excelente e medíocre em todas as profissões, mesmo naquelas que necessitam de 17 ou 18 de média no acesso ao curso.
Cá por casa, conhecemos um excelente especialista (nem de propósito, o que foi escolhido para resolver a situação que está na génese de muita asneira) e um abrenúncio de bata que, nem por ter já falecido, deixarei de recordar sempre como uma besta quadrada que também só teve oportunidade de o ser uma vez na minha presença. Porque ficou a perceber que lá por ser “doutor-médico” não tinha o direito de ser estúpido e displicente. Da segunda vez, já sabia ter maneiras à mesa e até ensaiou cortesias, mas era tarde e por mim até dar-lhe um “boa tarde” era saliva gasta em excesso. Claro que o primeiro nos foi indicado por quem sabia diferenciar o trigo do joio. Quanto ao joio, conseguiu nunca ver aquilo que mesmo eu – gajo de História, logo com certa diminuição mental de acordo com a escala dos créditos académicos correntes – conseguia ver e lhe tinha sido assinalado pelo colega num exame anterior.
Se me queixei dele? Não, porque tudo acabou por se resolver sem necessidade da sua intervenção e também porque é certo e sabido que alguns dos maiores incompetentes são aqueles que mais protegidos são pelas mecanismos efectivamente “corporativos”, arrastando-se as coisas até aparecerem nas televisões.
Voltando ao que interessa: era bom que o senhor bastonário da Ordem dos Médicos (o tal que tanto apareceu a criticar os enfermeiros) arrumasse a sua própria casa e não andasse tanto aos ziguezagues; no caso da imprensa “respeitável” talvez fosse interessante não saltar para a caravana só depois dos “tablóides” martelarem os assuntos à exaustão.
(para mim, a Medicina é a mais nobre profissão de todas, pois lida com a vida e com o combate à doença e morte, mas isso não significa que todos os que a exercem mereçam vénias e mesuras à sua passagem quando dela fazem mero negócio)
Lá mesmo,mesmo no fundo isto é tudo uma grande hipocrisia.
Lamentável é esta promiscuidade entre o público e o privado.
De que todos temos conhecimento existir.
” Desviar pacientes do público para o privado ” … gera ganhuças . E depois há a ganância por dinheiro.
Quem paga ? Todos nós. Subsistemas de saúde ( ADSE e outros ),seguros ,etc. Que pagamos e bem !!!!!
Que este caso foi muito grave, foi !
Neste caso foi atingido o limite .
A posição do bastonário da Ordem dos Médicos …. é de hipócrita . Se … se o quê ?
Todos a bater no ceguinho ? Não desresponsabiliza em nada o médico em causa ,mas … agora é fácil bater no ceguinho .
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“… é certo e sabido que alguns dos maiores incompetentes são aqueles que mais protegidos são pelas mecanismos efectivamente “corporativos”,…”
Verdade, verdadinha! Custa a perceber porquê, pois @s protetor@s não são propriamente destituíd@s…
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É quase a americazacao do SNS.
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