Confesso que nunca considerei que o “pensamento” ou a a “acção” de Alexandra Leitão primassem pela subtileza ou complexidade. Não são qualidades que lhe assentem no perfil. Pelo que não me espanta este regresso à lógica de associar a excelência no trabalho à quantidade de tempo nele gasto e não à qualidade ou produtividade no mesmo. E querer premiar a assiduidade como se ela fosse um critério determinante para a excelência. Pode ser e pode não ser. Trabalhar mais dias não significa trabalhar melhor; em muitas situações é exactamente o inverso. Mas há quem pense de forma simplória e demagógica e dê nisto. Já a a ex-ministra MLR no seu modelo original de ADD só permitia as melhores classificações a quem não faltasse, como se 750 fracas ou medianas aulas por ano fossem melhores do que 749 ou 745 medianas ou boas. Ou mesmo 740 globalmente muito boas. Como o modelo de avaliação era uma treta e os critérios uma porcaria, buscava-se objectividade na “medição” possível da assiduidade. Temos agora a mesma “narrativa”.
Alexandra Leitão faz, a vários níveis, lembrar MLR, assim como o programa deste governo, em matéria de controlo da administração pública começa, a fazer lembrar cada vez mais os tempos do engenheiro. O que interessa é a aparência da excelência. Basta comparecer ou este é apenas um pretexto para dar a sensação de que se vai premiar o mérito, quando não é nada disso de que se trata? Até porque há quem defina a assiduidade em causa própria, sem controlo externo. Não apenas nas escolas… basta ter a sacrossanta “isenção de horário” de certas chefias.