Tenho duas turmas de 8º ano (uma delas a minha DT) cujos alunos, na sua maioria, tenho desde o 5º, embora quase todos então em Português. Agora, voltámos a conteúdos (Expansão Europeia) que retoma temas de HGP do dito 5º ano. Não sei se foi falta de flexibilidade no trajecto ou se o que constatei não interessa nada numa perspectiva de competências para o século XXI, agora que há ápes (não confundir com macacos) para tudo, incluindo até para respirar ao ritmo certo. Mas é indesmentível que acabei por levar isto à conta de uma paródia ou então amanhã ia à procura de um barril de alcatrão e do contentor com os restos de uma linha de abate de galináceos.
Portanto, talvez seja muito “século XX” considerar que as seguintes “competências” não foram devidamente consolidadas ao ponto de ficarem retidas para posterior uso. E passo a identificar apenas uma meia dúzia que considerava ser “transversais” ou mesmo “essenciais”, garantindo eu que as voltei a abordar nas últimas semanas com uso profuso da imagética adequada projectada em tela do século XXI e com animações e tudo.
- Identificar os pontos cardeais num mapa.
- Diferenciar o equador de um qualquer meridiano.
- Distinguir países de continentes (e estes entre si).
- Compreender que um trajecto começa na sua origem e termina no destino.
- Distinguir oceanos de mares ou rios.
- Compreender que o termo “fluvial” não se aplica a qualquer técnica de navegação no Atlântico, mesmo no século XV.
- Reconhecer a grafia “Brasil” como correspondente ao país de língua portuguesa no subcontinente da América do Sul.
E olhem que apenas escolhi aquilo que posso apresentar como erros “sistemáticos” em perto de 50 testes. E garanto que não quero fazer nenhuma nova edição de um livro com recolha de dislates históricos.
Claro que sei que com quizzes multicoloridos em que só se carrega em teclas estas coisas não deixam tanto rasto documental que fiquemos bons minutos abismados a olhar a prova provada de que se é um professor que não entende que com o uso do GPS a maior parte destas coisas são completamente irrelevantes e que o Colombo e o Vasco da Gama deviam limitar-se a ser nomes de Centros Comerciais.
E também é claro que se eu desenvolver apenas “projectos”, em que o acompanhamento do “processo” seja o que verdadeiramente interessa e a qualidade do “produto” um mero detalhe que só vetustos mestres-escolas apreciam, nada disto me deve ocupar a massa cinzenta por um nano segundo que seja.

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