É Voluntariado!

É o que faz muita gente querer “carreira” a todo o custo. E querer colocar “professor universitário na profissão” quando nem tarefeiro é. Quanto às “entidades oficiais” estavam à espera do quê? Solidariedade? 🙂

Ministro e IGEC entendem que dar aulas sem receber não aumenta precariedade

Em causa está uma queixa apresentada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior a propósito de “alegadas ilegalidades” nos contratos sem vencimento. Não só foi arquivada, como acompanhada da “sentença” de que este tipo de contrato não contribui “para o agravamento da precariedade laboral no ensino superior”.

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Coisas Que Também “Não Servem Para Nada”

  • Marcar faltas e fingir que isso tem consequências, salvo em casos-limite.
  • Definir critérios de avaliação que contemplem classificações abaixo de 50%, nível 3 ou 10 valores.
  • Fazer referenciações para a CPCJ e fingir que isso tem consequências, salvo em casos-limite.
  • Sinalizar alunos às EMAEI para medidas a, b ou c e fingir que isso faz mais efeito que aplicar o mero bom senso, salvo em casos-limite.
  • Planificar o ano lectivo e esperar que isso seja para levar muito a sério, salvo se não aparecerem mil e uma outras actividades mesmo giras.
  • Acreditar que a monitorização das aprendizagens é mesmo para levar a sério, caso não seja para passar toda a gente que tenha a esperteza de passar pela escola uma vez por semana para socializar com @s amig@s.
  • Retirar conclusões dos resultados das provas de aferição.
  • Fingir que a Finlândia é multicultural e desigual como Portugal.
  • (…)
  • (…)
  • (…)
  • O CNE, a menos que seja como uma espécie de Conselho da Revolução do regime educativo.

Dormir

 

 

Pode Servir Para Não Desmoralizar Grande Parte Dos Alunos Da Turma…

… que se esforçam por não faltar, abandalhar ou gozar com tudo à volta.

Chumbar um aluno “não serve para nada”, diz presidente do Conselho Nacional de Educação

É absolutamente intolerável que esta nova vida de certas cliques ideológicas do terceiro quartel do século XX se faça à custa de acusar os professores pelo mau desempenho dos seus alunos, dando um ar de legitimação às teses economicistas que são o aspecto nuclear das preocupações do governo nesta matéria.

Quem sabe um pouco de História Comparada da Educação sabe que, com algumas nuances, o No Child Left Behind (que é, curiosamente, a inspiração retórica mais próxima da actual investida entre nós, sendo uma iniciativa do Bush Jr.) terminou em fiasco e acabou com o desempenho dos alunos americanos pior do que antes. Por lá demorou uma dúzia de anos a reconhecer nisso. Por cá, basta ficarem sempre os mesmos – ou os seus herdeiros – a dominar o CNE ou o ME e será sempre um sucesso.

Os erros do NCLB foram reconhecidos em plena era Obama (para que não restem dúvidas sobre o facto de não ter sido a “direita” a acabar com a coisa) e seria bom que aprendêssemos com eles. Caso exista ainda quem tenha vontade de aprender, após décadas de enquistamento intelectual em teses ultrapassadas.

A minha opinião, em resumo de sete minutos, ficou hoje no fim (a partir dos 42′) do Antena Aberta da Antena Um.

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(a abrir, o SE Costa já apareceu a dizer que afinal se anda a discutir um plano que ainda não existe e tal… o costume após ter sido atirado o barro à parede e tocado à campaínha dos amigos MEM do CNE)

 

5ª Feira

Quem nunca deu aulas num rés-do-chão e, por ter de fechar as persianas para projectar qualquer coisa, levou com uma revoada de pancadas, boladas e pedradas que atire a primeira pedra para o 1º andar. Mas, claro, o falha é do professor por colocar ou porque a estimulação de cidadania não consegue ir além das paredes que encerram as salas como uma prisão que se fecha sobre as crianças, pobres aves a quem a escola corta as asas da imaginação, pelo que ficam obrigadas a praticar o pequeno e residual vandalismo, sempre útil para um futuro no empreendedorismo nacional.

É notório que me falta “formação” para coiso

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