Para Além Dos Simplismos

What Does the Research Say About Testing?

There’s too much testing in schools, most teachers agree, but well-designed classroom tests and quizzes can improve student recall and retention.

brainstorm

(não sou fã de testes de resposta múltipla, excepto no caso de quizzes rápidos, preferindo testes “compósitos” e não muito extensos, exactamente para os poder entregar no mínimo de tempo possível… mas sem que para isso tenha de optar só por cruzinhas à exame de condução)

Como Os Compreendo…

Resta saber se pela Suiça também há lugar para um par de tugas, que eu não estou cá com pruridos. E até faria uma série de gente feliz.

‘I would burn in hell before returning’ – why British teachers are fleeing overseas

Thousands of teachers who honed their skills in cash-strapped English comprehensives are now working abroad. What’s behind the brain drain?

Hitch

Rui, O Problema Maior Foi Aquele Da “Não-Indignação”

No resto, podes ter carradas de razão e experiência, mas optaste por uma variante do discurso oficial e relativista sobre o fenómeno. O “belo pensamento” é interessante em tertúlias, mas parece de uma enorme insensibilidade quanto tens pessoas agredidas. E acredita que deste importância ao que foi dito sobre as tuas intervenções. Todos damos. Caso contrário, não terias escrito o texto abaixo. E não gostaste do que foi escrito, por vezes com escassa elegância, concordo. Mas… sabes bem que quiseste ficar bem com Deus e o Diabo. Foi a pior opção… isso e a forma como negaste aos professores o direito a indignarem-se com o que os alunos lhes digam ou façam. Deste a sensação de, independentemente do teu passado, teres passado a viver mentalmente na tal bolha. A bolha de “professor do ano”.

“O facto de nunca ter mandado um aluno para a rua não significa que viva numa bolha de inocência fofa”

Algodao

Uma 4ª Feira Feliz

Depoimento recebido através da Helena Bastos:

Chamo-me Maria da Felicidade Flexível dos Santos.
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Sou professora há 27 anos, por vocação e espírito de missão.
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Amo o que faço e, a  cada ano que passa, me sinto mais envolvida  neste projecto de vida que escolhi. Dedico-me toda à escola. Para mim, não há horários, só deixo a escola quando tudo está pronto e sinto cumprida a missão daquele dia.
Recebi, de braços abertos, esta nova missão de flexibilizar o currículo e incluir todos os alunos. Há muitos anos que eu pensava que era urgente deixarmos de estigmatizar os alunos com rótulos como “aluno NEE”, défices disto e daquilo, etc.
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Todas as crianças e todos os jovens são especiais. Por isso, o papel de um professor honrado é encontrar medidas especiais para cada um dos 28 alunos de cada turma. Finalmente, decidiu-se aplicar “medidas universais” a todos e a cada um.  Para os colegas mais desatentos, basta que dêem uma vista de olhos nas “acomodações curriculares” e escolherem umas três ou quatro para cada aluno. Eu costumo usar a acomodação 3, a 17, a 154, e tantas outras. Há solução para todas as situações: se um aluno está irrequieto, pode sempre ir fazer uma corridinha ao pátio e voltar quando lhe apetecer; se está mal humorado, não esquecer a “acomodação” que fala da necessidade de o professor introduzir algum humor nas suas aulas.
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O menú é riquíssimo em opções, e só quem não quer é que não as aplica. ( Um pouco como a velhinha música do Paul Simon “Fifty ways to leave your lover” que, noutra época, nos ajudou tanto a lidar com amores não correspondidos…)
Estou muito grata a este Governo por ter, finalmente, acabado com as retenções no ensino básico. Todos sabemos que não servem para nada, além de fazer o Estado gastar ainda mais dinheiro com a Educação. Em minha opinião, todos os alunos devem passar, independentemente dos conhecimentos que adquirem. Aliás, todos sabemos que a escola não serve para transmitir conhecimentos. Isso é muito “twentieth century”. Actualmente, qualquer conhecimento está disponível no google de uma forma mais rápida
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e eficiente. Para transmitir esses mesmos conhecimentos, os professores teriam que dar palestras nas aulas, o que já não se usa de todo. Ainda não ouviram falar de “aulas expositivas”?. É um paradigma completamente errado porque pressupõe que os alunos estão a ouvir o que o professor explica. Todos sabemos que tal não acontece neste novo milénio.
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Quanto a ser o professor um “ensinante”, por amor de Deus, isso então é que está completamente demodée. O professor é apenas um facilitador do processo de aprendizagem em que cada um pesquisa o que quer, como quer e onde quer. Evidentemente que os alunos devem poder usar os seus tablets nas aulas para poderem fazer as suas pesquisas nos sites que bem entenderem.
Há dias, uma colega queixou-se que havia muito barulho nas minhas aulas. Eu respondi-lhe: “Ainda bem. É sinal que estão vivos”. Alguém deseja alunos passivos? O que queremos é que aprendam a ser, a estar, a aprender…
Termino declarando-me completamente feliz, optimista e orgulhosa da flexibilidade que tenho vindo a adquirir.
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Colegas, façam o favor de ser flexíveis!
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Abraço da vossa
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Maria da Felicidade Flexível dos Santos
Maria-Felix