Claro Que Concordamos…

… o estranho é andarem a inventar alternativas… como se fossem “melhores” com argumentos para lá de manhosos. A sondagem está no Arlindo e até agora os resultados são esmagadores. Partindo do princípio que por “lista única” nos estamos a referir ao concurso interno, por um lado, e ao concurso externo, por outro.

Concurso

As (Pré) Guerras Do PISA E A “Geração De 2003”

Penso que ao contrário da maioria do pessoal que (desde hoje!) escreve(rá) sobre os resultados do PISA 2018, eu sou encarregado de educação exactamente de uma petiza que nasceu em 2003 e apanhou com toda a tralhada com que mimosearam os alunos do Ensino Básico durante vários mandatos, incluindo as famosas “provas finais” do ministro Nuno Crato (mas também já apanhara revisões de programas no 1º ciclo das suas antecessoras). Assim como, desde o início do ano lectivo de 2015-16 apanhou com toda a retórica “anti-exames” e afins dos pedagogos da geringonça. E com ela, quem fez cá os testes PISA no início de 2018 já levou também com mais de 2 anos de governo do PS na Educação e a torrente do discurso verdascado em prol do sucesso a todo o gás,

Se são uma espécie de exame às políticas dest@ ou aquel@ ministr@? Seria bom que assim fosse e que isso se estendesse a todos os PISA e se fizesse a devida contextualização do trajecto do alunos que os fizeram em outros anos ou os venham a fazer em 2021, sem nada de peculiar na selecção das amostras (como parece ter acontecido em 2009). Porque precisamos que exista uma responsabilização pelo trabalho feito para além de se recolherem os louros quando corre bem e se sacudir a água do capote quando corre assim-assim ou nem tanto assim. Mas duvido que seja isso que venha a estar em causa, mas mais uma série de dedos a apontar para aqui e ali com muito oportunismo político e escassa mais-valia analítica.

A verdade é que desde 2000 os resultados dos alunos portugueses têm revelado uma melhoria consolidada. Mas isso não permite estabelecer relações de causalidade com medidas que não se relacionam com o que é examinado no PISA. Por exemplo, o encerramento de escolas do 1º ciclo tem alguma relação com o desempenho de alunos que nem sequer sejam dessas zonas? Ou as mudanças em programas de disciplinas que não foram as “examinadas” devem ser tidas em conta? E há mais “variáveis” que se andam a querer apresentar como relevantes quando dificilmente terão relações de causalidade.

A mim, sei lá porquê, quer-me parecer que andará a ser preparada uma enorme operação de spin e basta olhar para o programa de festas para se perceber que hoje já andaram lebres a saltar pelos campos. Resta saber se ainda levam chumbada nos lombos.

PISA will be published at 09.00 a.m. Paris time/CET (08.00 a.m. GMT) on Tuesday 3 December 2019.

OECD Secretary-General Angel Gurría will launch the report at an event at OECD headquarters, at 09.00 a.m. local time on Tuesday 3 December – full details below.

On Monday 2 December, news briefings will be held under embargo in (all local times):

Tuesday 3 December

To obtain an embargo copy of the report and country notes, journalists should contact embargo@oecd.org. Embargoed copies of the reports, together with country notes, will be issued 24 hours before the launch, in the morning Paris-time of 2 December.

Já agora, é curioso como muita gente que é contra “exames”, depois se queira agarrar aos PISA se lhes cheira que dá jeito.

PISA

Previsões Do Dia Antes

É estranho que se pré-comentem os resultados de algo que só sai amanhã, como se estivesse a ser feita um prognóstico no final de um jogo que não acabou para todos.

Há aqui algo esquisito, porque me parece que estão a ser misturadas muitas coisas numa só, dando a entender que estão em “exame” apenas umas políticas e não outras. Mas depois conclui-se afirmando o contrário.

Como é óbvio, a autora do artigo já sabe os resultados e eu, assim sendo, tenho quase a certeza que todos os poderemos adivinhar.

Amanhã será publicado o resumo do desempenho dos alunos na edição de 2018, e por tal importa compreender quem são os alunos que foram convidados a fazer este teste, para assim podermos compreender que políticas podem ter tido efeito no desempenho destes jovens.

As regras estabelecidas pela OCDE obrigam a que apenas alunos com 15 anos que frequentem o sistema de ensino pelo menos no terceiro ciclo possam ser selecionados para este teste. Assim, ficam de fora todos os que já tiverem abandonado ou que estejam mais atrasados no sistema.

Estes alunos nasceram em 2003 e iniciaram o primeiro ciclo em 2009, em 2018 os que nunca chumbaram estavam no 10.º ano ou similar.

Quando iniciaram a escola era ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, que tinha desenvolvido a escola a tempo inteiro, encerrado escolas pequenas dispersas pelo país, introduzido as atividades extracurriculares e tinha zangado muito os professores ao tentar implementar um sistema de avaliação. Um mês após o início das aulas, novo governo era eleito e a sua sucessora, Isabel Alçada, dedicou-se a acalmar os professores e teve como medida mais icónica um célebre vídeo em que tratava os meninos como pequenininhos.

Depois, em 2011, veio Nuno Crato, com a introdução de exames no 4.º e 6.º anos e a revisão curricular a ancorar-se em teoria e focada na importância das aprendizagens, mais conteúdos, mais avaliação. Eram os anos da crise, cortes orçamentais em toda a linha do serviço público. Escolas descapitalizadas e professores a receber menos. Cortes no número de funcionários, alargamento do número máximo de alunos por turma e encerramento de disciplinas como área projeto ou estudo acompanhado. Os nossos alunos PISA estavam então no segundo ano de escolaridade.

(…)

Se os resultados do PISA 2018 forem bons, ou seja, se os alunos portugueses mantiverem ou subirem, temos de concluir que fazer muitos exames e aprender num sistema virado para os resultados foi uma boa experiência, e colocou alunos portugueses numa linha competitiva com os seus pares. Se os resultados forem fracos, então o governo atual tem argumentos para dizer que muitos exames, e programas de conteúdos ambiciosos, devem ser repensados. O atual governo verá o seu programa educativo parcialmente avaliado em 2021. Os resultados das políticas de educação devem ser interpretados olhando para percursos longos de aprendizagem. Com ciclos governamentais de quatro anos não é possível avaliar políticas enquanto o governo que as lançou está no poder.

Bola de cristal