… vós que ainda acreditais em anúncios de potenciais pré-reformas com condições vagamente dignas. Porque, exactamente por causa do envelhecimento da classe docente, verifica-se uma (ainda há um punhado de anos inesperada) evidente impossibilidade de substituir toda a gente que sairia da profissão se isso fosse possível sem os cortes grotescos em vigor.
Se por acaso aquela coisas dos 55 anos (ou mesmo 60) fosse para levar a sério, haveria um verdadeiro “estoiro” de saídas, porque há quem esteja pronto a desaparecer de vista por mil euros mensais líquidos, pois não há preço para a sanidade mental. E o sistema colapsaria, mesmo se começassem a recrutar pessoal ainda a acabar os cursos, sem qualificação profissional, como começam a aparecer por aí, relembrando os anos 80 do século passado.
Com a agravante de, na época, haver gente já com experiência e ainda com a disponibilidade para ir integrando e ambientando os novos, num espírito pacífico de transição geracional e agora estar em quase completa erosão esse tipo de capacidade, por esgotamento da larga maioria de quem está.
Por isso, não vale a pena acreditar que existirá qualquer proposta séria para aposentações dignas ou mesmo um regime com pés e cabeça de trabalho parcial. Há coisas que são apenas feitas para fazer capas de jornais, alimentando ilusões a uns e acirrando outros contra moinhos de privilégios.
(é como aquilo dos 800 milhões para a Saúde em regime “plurianual” para combater uma “crónica suborçamentação” que prolongaram quatro anos… )