E Boas Festas…

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… para tod@s @s que, com os seus actos ao longo do resto do ano, não fazem por as desmerecer. Porque há momentos em que até um empedernido como eu deseja que exista uma qualquer entidade que consiga ver as almas terrenas e prendá-las de acordo com os devidos merecimentos, que o Pai Natal anda velhote e parece-me um pouquito míope.

Como voto de Boas Festas é pouco ortodoxo, mas se assim não fosse não seria bem a mesma coisa, certo?

Véspera De Natal

Os pedidos de prendas no sapatinho começam a esmorecer quando um dos principais – que os governantes façam uma pausa na estupidez natural que caracteriza a maioria – é torpedeado sem piedade pela criatura que passa por ministro do Ambiente. E não se pode mudá-lo de planeta? Ou, no mínimo, de hemisfério?

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(não deveríamos mudar Lisboa de local, atendendo ao elevado risco sísmico?)

“Debates” Que Chateiam Na Quadra Natalícia – 2

O da carga fiscal, do peso fiscal, do não-sei-quê fiscal, feito por especialistas na “ciência” com mais peneiras de falsa exactidão, ou seja, a Economia, capaz de descrever o passado como a História, mas em mais pobre e com equivalente poder de previsão (ou pior). Não quero saber se é o Mamede de esquerda ou o Arroja de direita quando se trata de ver, de forma clara e objectiva, o que, de forma directa me é retirado do salário nominal em cada mês.

Podemos usar Dezembro e recuar ao início da década.

Em Dezembro de 2010, entre salário nominal e subsídio de refeição o valor ilíquido da minha remuneração era de 2222,40€ dos quais recebi 1560,64€, o que correspondeu a um total de descontos de 661,76€. Ou seja 29,8% ficaram logo, à partida, em diversos cofres do Estado (IRS, CGA, ADSE).

Em Dezembro de 2019, a soma ilíquida passou para uns astronómicos 2323,33€, recebendo eu uns generosos 1461,28€. Mesmo para alunos muito maus em Matemática (a generalidade dos economistas que clicam nas fórmulas do Excel) percebe-se que a mais 100 euros brutos correspondem menos 100 líquidos. Hom’essa que coisa estranha. Pois… a ADSE passou de 32 para quase 78€, a CGA de 213,7 para 245€ e no total levaram-me em descontos diversos 862,05€, ou seja, 37% da remuneração.

(posso estar enganado mas parece-me que a “pancada” foi de 10% do salário nominal e em temros de impacto “real” com a inflação nem é bom falarmos, dispensando eu a sapiência de cronistas marrecos e nem falo dos camilos e dos gomesfewrreiras que esses só com um pau de vassoura entre as pernas… para voarem sobre a terra que os viu partir)

Claro, eu sei que existiu a troika e que não devemos fazer comparações assim tão distantes como o último ano descongelado que a precedeu.

Mas podemos ir a Dezembro de 2013, quando nominalmente eu tinha direito a 2130,48€ e recebi 1301,34 porque me descontaram um dia de subsídio de refeição e outro de greve num total a rondar os 50€. Tivesse eu recebido os 1350€ que eram então a norma e eram 36,6% a menos. Com a greve da FP em cima (que nem fiz) foram 38,9% em plena troika.

Mas podemos ir a 2016: nominal de 2222,40€ (regresso a 2010), mas descontos no total de 834,87€, o que dá 37,5%.

Os impostos directos à cabeça, de 2016 para 2019 diminuíram 0,5%, não sendo bom falar no que cresceram os indirectos e taxinhas diversas, a começar pelo que pago para me poder deslocar todos os dias, visto não existirem transportes públicos entre o meu domicílio e o local de trabalho, por muito que baixem o preço do passe social.

Sim, isto dá para todas as interpretações, mas a verdade é que depende da forma como usarmos os números para dizer a cada um o que deve pensar que recebeu. Só assim se entende que o Centeno de Harvard y Eurogrupo diga que o salário dos trabalhadores do Estado aumentou 8% sem lhe crescer o nariz de São Bento até Freixo de Espada à Cinta.

Sim, eu sei… devemos ver “o grande cenário”, os indicadores “macro” e sairmos do nosso “quintal” e deixarmos de olhar para o nosso “umbigo”, tudo expressões de uma interessante e sempre refrescante originalidade.

Pinoquios

“Debates” Que Chateiam Na Quadra Natalícia – 1

A questão que parece concentrar quase todas as atenções no plano político é “até onde pode chegar o partido do André Ventura?”

Ora, não sendo eu especialista em análises de esplanada, sejam ” A Pérola da Madrugada” na Zimbroeira de Cima, sejam ” A Versalhes” ali nas Avenidas, quer-me parecer que pode chegar onde chegou o PP/CDS do Manuel Monteiro/Paulinho das Feiras/Mata Bué Gira do Indy, mesmo que digam que os “programas” ou “projectos” políticos não são exactamente os mesmos. Só que na maioria das esplanadas os anti-federalistas nacionalistas de há 25 anos distinguem-se pouco dos nacionalistas qualquer coisa de agora, tirando aqueles que ou eram muito petizes na altura ou que se desiludiram com o Santana Liberal e que acabaram por ter de criar dita Iniciativa (que em dois presidentes já tece um espécime de cada tipo) .

Podemos teorizar o que bem quisermos e fica bem aos politólogos acharem que estão perante novo que carece do seu olhar analítico, mas convenhamos que este “populismo” já foi novo há muito tempo.

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