O analfabetismo funcional que é possível observar nestes dias de compras e trocas de prendas, pagamentos apressados em multibancos ou outras operações complexas como enviar uma encomenda pelo correio físico, sem ter nenhuma app a ajudar é algo indescritível. É verdade que muitos impressos parecem ter sido elaborados para confundir quem não seja mestre em administração inovadora da treta, mas não é menos verdade que há quem nem consiga saber qual é o lado de cima ou de baixo das coisas. A falha é do sistema educativo ou da adesão acrítica à facilidade de clicar em bonequinhos nos zingarelhos para que as coisas pareçam feitas?
Ontem, no Governo Sombra, o muito elogiado convidado especial Adolfo Mesquita Nunes, chegando à Educação, considerou como medida mais prioritária o “rever os conteúdos” (acrescentando que mais do que os currículos) das disciplinas para os adaptar à nova Economia Digital.
Parecendo uma coisa evidente e incontroversa, a mim parece o contrário, pois se um dia os chineses apagam a luz ou os russos cortam a net isto vai parecer um formigueiro desorientado a quem cortaram o carreiro ou uma epidemia de baratas atarantadas por terem de descobrir o caminho para os sanitários sem o wake e o gps.