Recomendo a leitura dos “aspectos” pelos quais o PCP considera importante bater-se, pois é evidente a ausência de qualquer referência à valorização das carreiras da função pública, muito menos a qualquer recuperação de tempo de serviço, restando as formulações vagas sobre “valorização dos serviços públicos”. E sobre a Educação, nenhuma menção específica, parecendo que tudo se vai limitar a “creches gratuitas” para que a “escola a tempo inteiro” ao serviço de horários de trabalho desregulados seja uma realidade desde a mais tenra idade.
O PCP, tantas vezes acusado de ortodoxia e rigidez, depois de uma experiência de proximidade em relação ao poder executivo, parece ter adoptado uma flexibilidade assinalável, não percebendo de forma clara que foi assim que se enterrou nas últimas eleições autárquicas e legislativas. As suas “conquistas negociais” serão sempre vistas pela opinião pública como opções do governo do PS e não como cedências, por muitos outdoors que coloquem a anunciar as suas “causas”.
Quarenta anos depois, parece que o eurocomunismo chegou à Soeiro Pereira Gomes.