Os políticos e governantes que abriram os braços a Angola
(…)
“O investimento vindo desse país [Angola], como o de todos os países, é bem-vindo. Naturalmente, no respeito da legalidade e constitucionalidade.”
A recente declaração de Marcelo Rebelo de Sousa – uma reação ao Luanda Leaks – traz uma nuance no que foram as declarações dos políticos portugueses nos últimos vinte anos sobre o investimento angolano em Portugal. A nuance é o “respeito pela legalidade”.
De Cavaco Silva aos primeiros ministros PS e PSD, passando pelos ministros da economia e os ministros dos Negócios Estrangeiros, as declarações públicas mostram uma elite política portuguesa sem questionamentos sobre o dinheiro vindo de Angola.
Da cristalização ideológica do PCP ao pragmatismo financeiro dos outros, é difícil achar quem não tenha feito beija-mão, à espera que lhes caísse qualquer coisa dos petrodólares ou dos diamantes no regaço.
A real politik da caça ao dinheirinho não deveria justificar toda a pouca vergonha de parte muito ampla dos “senadores do regime”. Mas como quase todos têm o rabo entalado, a estratégia é a da não agressão. E quem diz qualquer coisa é neocolonialista ou racista: Não tem sensibilidade ao “passado comum”, às “relações especiais de amizade” e essa tralhada toda que gente com um índice mínimo de escrúpulos gosta de argumentar. Sim… não foi apenas Angola. Foi a Venezuela, a Líbia e, nem é bom esquecer, a China do neocomunismo capitalista selvagem. O jogging na Praça Vermelha. A herança do bom e cordial Oliveira da Figueira pronto para tudo vender a todos, desde que paguem ou prometam negócios futuros.
Uma versão amesquinhada de Portugal, infelizmente com muitas ramificações e antecedentes. Pobrezinhos e nem sequer muito honrados. Incomodados com a insignificância há quem lance qualquer tipo de princípios às urtigas. O mundo é assim? Pois… mas então qualquer autoridade moral para criticar outros desaparece.
E a comunicação social, com raras excepções, rendeu-se à “princesa” em peças, estrategicamente não assinadas, como esta (de 2012) que também continua com as ligações às elites empresariais nacionais.
“Caça às bruxas”? Não, caça aos que transigem com a corrupção. E não digam que não sabiam. Porque, nesse caso, seriam ainda mais incompetentes do que o aceitável. Porque o “império” dificilmente poderia ter nascido só com base no capital conseguido com a venda de quitutes.
E entretanto um tipo que devia ser condecorado, está preso: Rui Pinto…
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Foge Isabelita, que eles querem-te gamar a massa, pá!!
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