Este Mês no JL/Educação

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Um excerto:

As proclamações sobre a imensa importância de recrutar os “melhores professores” são feitas pelas mesmas pessoas que foram responsáveis por medidas objectivas que levaram a afastar dos cursos de formação de professores de aqueles que viram a carreira docente ser desqualificada publicamente e proletarizada materialmente. Publicam-se notícias sobre o facto de tais cursos serem frequentados por alunos com algumas das médias mais baixas de acesso à Universidade, mas raramente se tem a coragem de ir mais longe e fazer as perguntas certas sobre a origem desse fenómeno e de questionar se o actual modelo não está errado por outras razões que não as que são lançadas para consumo público.

Estou convicto que os responsáveis políticos não têm qualquer interesse em terem nas escolas os melhores professores, mas sim os professores que façam tudo o que lhes é exigido pelo custo mais baixo e sem especiais contestações. Entre um excelente professor no trabalho com os alunos, mas consciente do seu valor enquanto profissional qualificado e contestatário dos seus direitos e um professor razoável, mas obediente e respeitador das hierarquias, a generalidade das “lideranças” prefere o segundo. Porque se mostrará mais “flexível” para integrar o “projecto” e trabalhar “em equipa”.

Dá Sempre Um Prazer Especial…

… quando uma atividade, mesmo que simples e muito “século XX” corre bem e cativa os alunos, decorrendo acima das expectativas e apesar dos contratempos. Porque parece que o ME acha bem apoiar as conhecidas “visitas de estudo”, mas não as vindas às escolas, por exemplo, de peças de teatro, que até são mais económicas. E porque depois há assim umas coisas relacionadas com os anos de escolaridade e as verbas são por anos civis e depois é complicado, mais do que o que seria desejável, para não adjectivar mais. Mas faz-se, arranjam-se maneiras de todos pagarem ou, não o conseguindo, negociar com quem também gosta de interagir com os miúdos e até prescinde de parte do cachet acordado inicialmente.

Mais de uma centena de miúdos de 5º ano e uma avaliação (anónima) entre o 4 e o 5 (com média muito perto do nível máximo) e o único verdadeiro “defeito” encontrado ter sido o pouco tempo, sendo que durou coisa de hora e meia, entre a representação e o diálogo final. Sim, não há “artistas residentes”, mas há artistas visitantes. Sem muitos meios, mas sem exigir muitos encargos. Deixando a petizada toda feliz e a querer mais, a fazer mais perguntas, a querer ficar.

Ainda bem, graças à carolice de alguns. E apesar de algumas insensibilidades. Sem grandes burocracias preparatórias, mas com a devida avaliação pelos interessados.

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