O Triunfo Da Flexibilidade Grelhadora E Micro-Avaliadora

Dá quase sempre nisto. Falam em abordagem holística, criticam a rigidez pedagógica e o carácter redutor da avaliação e depois transformam tudo numa grelha absolutamente mirabolante (revelando ao mesmo tempo um fraco domínio do design de tabelas em word para o século XXI).

Quem elaborou isto que me perdoe (ou não)… até podem ser excelentes colegas a vários níveis, mas, numa qualquer curva do caminho, espalharam-se ao comprido na coerência, para não dizer em várias outras coisas. Sorte vossa que isto não seja avaliado por alguém com olhos de ver e conhecimentos a sério do que deve ser uma pedagogia diferenciada e individualizada.

Assim, talvez ganhem uma medalha do SE Costa e palmadinhas nas costas de um qualquer guru do pafismo educacional quando o forem visitar.

GrelhaNTA

 

5ª Feira

Lembro-me sempre da imprescindibilidade da “inovação”, da “flexibilidade” e da “diferenciação” quando, ao chegar à escola após o almoço, tenho um@ alun@ que, meio a tremer, diz nada ter comido desde o suplemento matinal porque perdeu o cartão e em casa não lhe deram dois euros para a caução do cartão temporário, pelo que não consegue marcar as refeições. Que não tem ninguém em casa e quando pediu para ligar para o emprego da EE a não conseguiu encontrar e não saber o que fazer, apenas ficar pela escola, à espera. Se os colegas lhe poderiam dar alguma comida? Ao que parece, não, pois não acharam ter qualquer excedente. E é então que a escola transbordante exerce a sua “autonomia” assistencial para acudir a estas situações, ignorando-se os protocolos. Porque é, em tantos casos como este, que o “sucesso” das escolas públicas se baseia. Cobrindo os clamorosos falhanços da sociedade envolvente, conquistada pelo superavit centénico.

Tristesse