Parece que as grandes causas de outros tempos estão em baixa: o cruzamento de um modelo de carreira com quotas com um modelo de avaliação do desempenho com aspectos anedóticos como ter malta que nunca leu um livro de Pedagogia ou Educação porque em seu tempo ou na sua formação isso era dispensável – e ainda se gabam disso – a avaliar quem teve de os ler porque a isso era obrigado na sua avaliação académica. O modelo de gestão único com uma total subordinação hierárquica desde a tutela central (ou municipal) até aos professores rasos, com a figura d@ director@ como pivot da cadeia domesticadora de qualquer pretensão de “autonomia”. A municipalização da Educação, que irá fragmentar o país educativo, não apenas ao nível da competição pelo maior sucesso (neste caso já não está errada a “competição”), mas igualmente no plano das causas de insatisfação e reivindicação, com cada cor, seu paladar na luta ou no seu controlo.
De forma algo “estranha”, parece ter-se virado a agulha dos incómodos e de uma parte do debate, nem sequer para as questões de proximidade e para as condutas menos adequadas no funcionamento corrente das escolas ou da crescente interferência municipal e demissão dos serviços centrais do ME de um papel técnico de imparcialidade na análise das questões que lhe são colocadas, mas para quem é que afinal tem mais reduções e faz mais isto ou aquilo na sala de professores. Incómodos estimáveis, mas que é injusto colocar na ventoínha e salpicar justo, pecadores e simples transeuntes. É perder muito a perspectiva de causas comuns como as da ILC e optar por uma vereda estreita, à medida das circunstâncias de cada um@.
O que vale é que muita gente nas escolas cada vez se interessa menos por estas nossas conversas em circuito fechado, exactamente porque há uma saturação que resulta de um sentimento de perda progressiva e irreversível e a percepção de que os “actores” nisto tudo acabam por aceitar representar diferentes papéis, como se de uma sucessão de novelos dentro de uma novela se tratasse. E assim fossemos ziguezagueando conforme os humores.
O problema é que “lá em cima”, há quem esteja com toda a atenção e, assim, pode considerar que tem mais âncoras entre a classe docente do que pensaria para nos terraplanar a carreira. Até porque, vejam lá, temos a maioria dos “jovens” do nosso lado e assim sempre se castigam os “velhos” do século XX que até resistem mais à “inovação” e têm mais dificuldades com “as novas tecnologias”.
Não sendo eu um modelo de consensualidade e bom feitio, acho desnecessário reabrir feridas mal saradas, quando há situações bem mais complicadas a pender sobre o nosso pescoço comum.
A recusa em ser-se avaliador penaliza com insuficiente o mesmo.
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Quando uma equipa de futebol não atinge , em determinada fase do campeonato , o rendimento que dela se esperaria , é frequente os dirigentes recorrerem à chamada “chicotada psicológica”, isto é, sem mais delongas , substituem o treinador. O Ministério da Educação precisa de uma “chicotada psicológica” …
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No que respeita ao modelo de gestão não me parece que o problema resida na figura do diretor. A questão está no processo da sua eleição. Não deveria, por variadas razões, ser feita pelo conselho geral.
Duvido que haja um pescoço comum.
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