O Shôr Ministro Tiago Manda Dizer Que A Sentença Já Está Dada, Antes Do Apuramento Dos Factos

Este senhor doutor investigador ministro parece-me tão versado em leis como aqueloutro secretário em ciência da estupidez aviária. E, para quem se cala tanto, mais valia assim continuar.

“A professora diz ter sido agredida nas costas e não viu por quem, mas outras pessoas que estavam no corredor identificaram o aluno”, descreveu, à Lusa, fonte da GNR do Porto.

(…)

Não terá existido intencionalidade”, lê-se na resposta remetida à Lusa pelo gabinete do ministro Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que “o aluno estaria a atirar a chave do cacifo a outro colega, tendo esta atingido a professora”.

“Ainda assim, a escola tem em curso um procedimento interno para que não haja dúvidas quanto ao sucedido”, termina a nota.

Isto faz-me lembrar aquela coisa da “intensidade” nos penaltys dos tempos do Jardel.

Ao menos podiam fingir melhor.

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(querem apostar como tudo termina com a sugestão de envergonhado um pedido de desculpas pela professora por ter interrompido a rotina do aluno, a bem da “imagem da escola”?)

E Agora Todos Percebem De Eutanásia; Desta, De Outra, De Nenhuma

Até o engenheiro decidiu escrever o seu artigo, que o Expresso acolheu. Como alguém (e estou longe de ser o único) que tem uma noção razoavelmente clara do que é a realidade de viver o sofrimento alheio em fase terminal, prefiro evitar qualquer das demagogias em confronto.

Debate

E Agora, Um Cérebro Mitigado Em Todo O Seu Esplendor Natural

Este homem é governante e é, cumulativamente, um avançado mental que tem uma visão inovadora da fauna do estuário do Tejo.

Vejamos a passagem mais antológica de todas e que eu acho ao nível do mais sublime que a “Ciência Política” produziu entre nós.

Não há aeroportos sem impactos. Os caranguejos podem ser lentos, mas não estão em extinção. É um impacto não mitigável. Mas os pássaros não são estúpidos e é provável que se adaptem. E este postulado arriscado é tão cientificamente sólido como o seu contrário: o de que eles não vão encontrar outras rotas migratórias, outras paragens estalajadeiras, como no Mouchão. Ciência sem dados comprovados não é ciência.

E onde alcançou tamanha sabedoria científica contrafactual o senhor secretário de um Estado que se devia envergonhar de lhe dar emprego?

É só escolher, porque a sua vida é uma corropio de lugares ligados à investigação científica e, quiçá, à epistemologia do conhecimento.

Fica um naco significativo do seu aviário, desculpem, currículo:

É licenciado em Direito (pré-Bolonha) pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Ciências Jurídico-Económicas) em 1981.

Pós-graduado em Direito Europeu pela ULB – Universidade Livre de Bruxelas (1983).

Pós-graduado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa (1985).

Mestre em Ciências Jurídicas (Pré-Bolonha) – Direito Europeu, pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa (1993).

Integrou a direção dos assuntos jurídicos da Caixa Geral de Depósitos entre 1984 e 1991.

Integrou o Departamento jurídico do Banco Europeu de Investimento de 1991 a 1998.

Foi Presidente da Câmara Municipal de Aveiro entre 1998 e 2005, tendo ainda presidido ao consórcio «Aveiro-Cidade Digital» e à AMRIA – Associação de Municípios da Ria entre 1998 e 2001 e integrado o Conselho de Administração da «Aveiro Pólis, SA», entre 2001 e 2005.

Foi vice-presidente da ANACOM – Autoridade Nacional das Comunicações entre 2006 e 2012.

Foi «Data Protection Officer» do Banco Europeu de Investimento entre 2012 e 2017.

Foi vogal não executivo do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, presidente da Comissão de Governo da Caixa Geral de Depósitos, membro da Comissão de Auditoria e Controlo Interno da Caixa Geral de Depósitos, membro da Comissão de Nomeações, Avaliações e Remunerações da Caixa Geral de Depósitos, presidente do Conselho de Administração da Fundiestamo e administrador sem funções executivas da Fundação Eng. António Pascoal até fevereiro de 2019.

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Tudo Aquilo Que Não Sabia Sobre História Da Educação E Não Perdia Nada Com Isso

Há momentos em que se percebe que alguém leu um livro (e não foi da Margaret Archer). Ou um artigo (e não foi do John Boli e do Francisco Ramirez). E descobriu a pólvora feita de farinha amparo.

Segundo a minha visão, a digitalização da Educação vem por um lado, abrir a Academia e, por outro, libertar o ser humano. O mesmo é dizer que será o princípio do fim da Escola enquanto veículo da “industrialização do conhecimento”.

Para entendermos o atual Modelo de Educação temos que recuar 300 anos pois, historicamente, este tem as suas bases assentes na expansão do Império Britânico pelo mundo.

Na altura, para promover o sucesso da sua campanha militar, os ingleses criaram aquilo a que chamaram de Máquina Burocrática Administrativa. Esta “máquina” era composta por pessoas, tantas quanto possível, todas elas iguais, ou seja, com o mesmo tipo e nível de conhecimento. Por outras palavras, significa que estas pessoas tinham que assegurar tarefas simples mas de extrema relevância, como por exemplo, a correta leitura de relatórios de guerra, o cálculo de trajetórias balísticas, o devido aprovisionamento do batalhão, entre outros.

Para tornar isto possível, foi criada uma outra “máquina” a que chamaram Escola, onde dotavam estas pessoas das habilidades necessárias. Foi deste modo que os britânicos conseguiram assegurar o sucesso e a sustentabilidade do seu sistema e investidas militares. No entanto, esta infraestrutura escolar montada por eles era tão forte que sobreviveu ao passar dos tempos, foi replicada, escalada e ainda continua a gerar pessoas, todas elas iguais, para uma “máquina” que já não existe.

E como aprendeu tudo isto, esta especialista instantânea em Educação (já agora, a propósito, ler este curto post do A. Duarte)?

A jogar futsal. Nada cá de coisas enciclopédicas.

Eu era pivot, tinha que marcar golos e dar golos a marcar durante os sete anos em que pratiquei futsal feminino. Foi nesta etapa que desenvolvi noções estratégicas e tácticas, coletivas e individuais, que se viriam a revelar fundamentais dentro e fora de campo, pela vida fora.

Numa modalidade extremamente rápida onde a execução acontece em frações de segundos, a lição verdadeiramente educativa foi o saber ocupar o meu lugar. Se a minha posição falha, se a tua posição falha, o nosso jogo falha; somos a peça que tanto pode bloquear como impulsionar a equipa, jogar e fazer jogar. Já a aprendizagem mais difícil foi levantar a cabeça e formular visão de jogo, mas a partir do momento em que o consegui passei também a jogar sem bola e isso fez-me mais completa. Recepção, intercepção, antecipação, desmarcação, compensação e marcação, num 4×0 ou num 3×1 eu era eficaz na disrupção que gerava em um para um, a finalização era sempre o foco na ponta dos meus pés (…).

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Digam Lá O Que Disserem, Eu Acho Que É Uma Modalidade De Batota

Que pena nenhum governante de excelência neste sector (ou outros) da governação. dar o exemplo e encaminhar os seus educandos para vias como o nosso brilhante ensino profissional. Com sorte, algum sobrinho desencaminhado. E assim sempre se arranjam alunos para algumas “instituições” que, de outro modo, ficariam aos mosquitos.

Alunos do ensino profissional e artístico passam a ter acesso especial ao ensino superior

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4ª Feira

Ainda a municipalização do combate ao insucesso escolar. Ontem, lia um plano iniciado em Janeiro de 2019 (pelo que terá sido preparado em 2018) que foi comunicado às escolas e agrupamentos do referido concelho, ou pelo menos, a alguns deles apenas este mês. Consulta às comunidades educativas? Parecer dos Conselhos Gerais? Nada. Acredito que tudo tenha sido cozinhado ao nível do “topo” das hierarquias locais, mas quanto a “participação” e “trabalho colaborativo”, estamos falados. mas garanto que só teriam ganho em ter envolvido alguém que percebesse do assunto para além do empilhamento de lugares-comuns, mesmo se isso chega para captar verbas europeias

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