Ontem estava a explicar como aquilo que conhecemos como Ciência Moderna tem as suas raízes no século XVII, no desenvolvimento do método experimental e na aplicação das novas tecnologias de então, como o microscópio (para alcançar o muito pequeno e ir descobrindo o funcionamento do corpo e da vida) e o telescópio (para ver mais longe e descobrir o funcionamento dos céus e do universo) e veio mesmo a propósito a questão do coronavírus e do paralelismo que se pode estabelecer sobre o modo como está a ser feita a sua prevenção/contenção e esforços para o combater e o que na Idade Média se fez em relação à peste bubónica ou Peste Negra, que se desconhecia ser transmitida por uma bactéria, então invisível com os “aparatos” à disposição da sociedade ocidental e inconcebível à luz das teses em vigor sobre a origem das doenças e sua propagação.
E é fácil encontrar o que se faz de melhor com origem nos métodos científicos (a relativa rapidez com que agora é possível iniciar testes e experiências para “conhecer o vírus e desenvolver potenciais vacinas) e o que ainda resta das práticas medievais (encerramento de espaços públicos, restrições à deslocação de pessoas, isolamento dos doentes).
E nem sequer houve tempo para explicar como, em matéria de opinião pública, se mistura o melhor com o pior, a tentativa de adoptar práticas de segurança não alarmistas e o disparate de associar uma eventual pandemia à orientação política deste ou aquele governo, no Extremo Oriente ou na própria Europa. Se há algo que a cartografia do COVID-19 demonstra é que ele se tem propagado, em regra com óbvias excepções (Noruega, por exemplo), mais devagar aos países pobres de África e da América do Sul (e da antiga Europa de Leste). Até nisto, o mapa das desigualdades tem regularidades curiosas.
(a ligação passado-presente em História é mais fácil e frequentemente praticada do que a vossa fraca filosofia pode imaginar, caros inovadores do século XXI)
Os miúdos puderam pintar um mapa? Puderam fazer um pesquisa e um “copiar/colar” da Internet? Puderam fazer um jogo de tabuleiro sobre a pandemia? Um cartaz, pelo menos? É que assim parece uma aula muito magistral, muito centrada no professor e no seu pretenso saber, mesmo que tenha havido diálogo, mesmo que tenha havido curiosidade da parte dos alunos… Isso não é desenvolver autonomia. Isso não é século XXI.
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E já agora, não houve registos numa grelha de observação para atestar a intencionalidade pedagógica? Ou ficou-se tudo pela converseta?
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Tudo arcaico… nem sequer mostrei aqueles telescópios tipo trambolho no google. Falámos… perguntaram, eu respondi. Muito século… XX? XIX? XVIII? XII?
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Está lindo , está !
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Século XXI implica questionar a fiabilidade do mapa e a adequação de uma análise geral. Cada caso é um caso. A Coreia, se for metida ao barulho, vai falsear as médias. África terá de ser tratada à parte porque os dados são sempre pouco fiáveis e nem a data de nascimento muitas vezes se conhece com certeza.
O que sabemos ao certo é que a cupidez e o laxismo favorecem a propagação. Não se percebe, portanto, como Portugal não tem ainda casos.
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No século XXI até a fiabilidade do vírus de deve questionar, a menos que se faleça. Nesse caso, torna-se inútil.
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Portugal não tem casos porque não os divulgam.
Alias os testes sao caros e aumentam o deficit
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