Cheguei tarde a este autor, mas estou a gostar imenso da clareza como ele, logo nos primeiros anos do famoso século XXI, começou a desmontar o discurso “inclusivo” de alguns responsáveis políticos (e não só) acerca da Sociedade do Conhecimento, que eles pretendem com pouco conhecimento e ainda menos preocupado com padrões de Verdade, que gostam de apresentar como uma questão de interpretação. Assim como passou a ser norma amesquinhar como “elitista” qualquer pretensão ou exigência intelectual de rigor. Poderia ter seleccionado diversas outras passagens, até mais concisas e acutilantes, mas esta parece-me assentar de forma perfeita ao que vivemos, com especial intensidade, desde finais de 2015 na Educação.
Frank Furedi, Where Have All the Intellectual Gone? (Londres, 2004, pp. 16-17)
(espero poder um dia destes contar as agruras de um tipo a quem dizem – e não foi apenas uma ou outra vez – que escreve de forma demasiado complicada para vender nos tempos que correm…)
Permite-me que te diga que pode ser verdade que chegaste tarde a este autor, mas este autor também não chegou demasiado cedo às conclusões que citas…
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“… que escreve de forma demasiado complicada para vender nos tempos que correm…” – fora dos parâmetros do mainstream…
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AC, também fiquei com essa dúvida… a escrita do Guinote é complicada por atingir o nível de rebuscamento de dez, de 1 em 10 (10 já é gongorismo), ou é complicada por fugir aos, como dizes, ‘parâmetros do mainstream’?
Adiante: andamos em tempos de pré totalitarismo. Informalmente, a parvoíce impera em todo o lado. Já pouco se olha à substância das coisas. A excitação breve e a irracionalidade das lógicas de grupo imperam por todo o lado… O que ontem se passou em Paris com o filme do Polanski é um exemplo do que digo: O homem pode ser uma besta, mas o J’accuse é um ótimo filme. Num festival de cinema, apreciava-se o filme e pronto! Em vez disso, transformou-se a entrega dos Césares num julgamento popular!
Nesta lógica moralista, o que seria dos pintores do Renascimento? do Tchaikovsky? Do Camilo Castelo Branco? Está tudo parvo!
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Pois… mas eu estou com sérias dificuldades em explicar que se estou contra este tipo de “cultura do século XXI”, dificilmente estou disponível para o dizer, aceitando os termos da dita cuja.
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Aluna do oitavo ano. Estudo de “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”. Item de escolha curta. A palavra “semáforos”. Professor procura demonstrar como desmontar a pergunta para chegar a uma resposta. ‘O que é semáforos?’
Outro ponto: ainda hoje tenho alunos que escrevem carácter ou acção. Porquê? É intuitivo.
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https://duilios.wordpress.com/2020/03/01/o-ciclo-do-ovo/
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