Um Enorme Equívoco

Há duas hipóteses:

  1. Isto não é muito para levar a sério e acreditamos que uma quinzena entre 15 e 30 de Março resolve tudo e o vírus emigra para o centro da Terra ou para os anéis de Saturno.
  2. A ameaça é séria e só por anedota se pode pensar que nas férias da Páscoa tudo está resolvido e que as coisas se remendam com “aulas extra”, sendo que eu convidaria @s senhor@s director@s para darem um exemplo de voluntariado nesta matéria,

Os alunos de 9.º, 11.º e 12.º anos devem ter aulas de compensação às disciplinas em que tenham exames, defende Filinto Lima, sublinhando, no entanto, que cada comunidade educativa tem autonomia para decidir quais as medidas a aplicar tendo em conta a sua realidade escolar. “As aulas extras podem ser na pausa da Páscoa ou no final do ano lectivo, no final de Junho, quando os alunos estão a preparar-se para os exames”, explicou à Lusa.

O impacto das aulas perdidas por causa do encerramento das escolas também começa a ser um assunto que preocupa os pais, que garantem ter sempre como prioridade a saúde e bem-estar dos filhos. “A saúde dos filhos está em primeiro lugar e neste momento a principal preocupação é garantir a segurança de todas as crianças”, disse à Lusa o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascenção.

Como pai e encarregado de educação estou mesmo preocupado com a saúde da minha petiza, pelo que aguardo as iniciativas da Confap para despiste das situações em que encarregados de educação andam a ocultar por onde andaram no Carnaval.

Ze Povinho

Surreal Social

A directora geral da Saúde recomendou que as pessoas recorressem à “horta de um amigo” como alternativa a irem ao supermercado. e ao açambarcamento de géneros.

Foi no Parlamento.

A sério.

A sério?

A sério.

Foi uma passagem, em segundos, de uma economia pós-capitalista globalizada para uma agricultura de subsistência num par de frases. Merece medalha no 10 de Junho.

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(e ainda me diziam que era difícil tirar um curso de Medicina… e ter um currículo de sucesso na burrocracia pública…)

 

 

Podemos Encarar Isto Como Um Teste À Prática Da Autonomia E Flexibilidade

Vamos ser claros… ninguém está verdadeiramente preocupado com o que venha a passar no Básico, que agora é apenas via rápida para o 9º ano. Por isso, não me pareceria nada mal que este ano “apagassem” as provas de aferição do calendário. O problema é o Secundário. Não é só a questão dos exames, mas o acesso à Universidade que até querem mudar, mas que ficaria numa espécie de limbo caótico, a menos que a solução para o profissional (todos ao molho e ganha quem tiver mais vintes por assinar a folha de presença) se generalize.

Quanto aos conteúdos que fiquem por abordar se as aulas encerrarem, há muitas maneiras de ultrapassar isso, mas não pensem que em todo o país é possível resolver tudo online. Só se pensam que a cobertura da banda larga é mesmo a sério em todo o território e que a petizada tem toda equipamentos a preceito para o efeito. Sim, andam todos agarrados aos zingarelhos, mas em matérias de outras “competências digitais” a coisa é claramente deficitária.

Mas eu acredito que as luminárias pensantes da “autonomia e flexibilidade” encontrarão facilmente soluções, ou não fossem el@s versados em matérias diversas e contorcionismos diversos.

Ou fazem o costume… atiram para cima das “escolas” as responsabilidades e o que correr mal é porque os professores desentenderam as indicações superiores.

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3ª Feira

Fechamos as escolas e voltamos no Verão para compensar? É essa a proposta? Sempre se poupavam uns planos de contingência copy/paste. Por mim, a fechar é por tempo indeterminado, não por duas semanas. Daqui a duas semanas as coisas não estarão melhor. E acham que é mesmo isso que elimina o contágio? Não me entendam mal, por mim prefiro estar em casa a actualizar leituras… pessoalmente, todo a favor dos alarmes… globalmente, parece-me que tenderíamos para o colapso. Já íamos treinando com a gripe aviária que nem sequer entrou no top 10 das pandemias.

MAD