Dia: 16 de Março, 2020
A Ler
The incompetence pandemic
The first victim of the coronavirus? Leadership.
O Pior Erro… (E Umas Sugestões)
… é não tomar ou atrasar medidas só porque não saíram em primeiro lugar das cabecinhas “certas”. Assim como também é errada a precipitação baseada na tentação de apresentar serviço o mais depressa possível, para demonstrar que se está a trabalhar e não a mandriar.
Vamos lá tentar olhar para as coisas com a objectividade possível e com parágrafos curtos, à moda do “leitor rápido” do século XXI. Desculpem se só meto bonecos no fim.
- De acordo com os modelos mais credíveis e mesmo “oficiais”, os riscos de contágio pelo SARS-CoV-2 e de desenvolvimento da CoVid-19 serão muito elevados até final de Abril ou mesmo início de Maio.
- Perante este cenário, este ano lectivo nunca poderá ser vagamente “normal” e terá de ser pensada a melhor forma de encarar o que deve ser feito nos próximos meses, reservando o essencial e deixando cair o acessório. Combinando as questões pedagógicas com as sanitárias.
- Sendo um confesso adepto da existência de provas de avaliação externa, admito que parte delas é, neste momento, algo perfeitamente acessório, pelo que poderão ser adiadas ou pura e simplesmente eliminadas, até para não prolongar desnecessários fenómenos de ansiedade.
- Considero muito mais importante que se mantenha algum contacto dos alunos com actividades que permitam continuar a desenvolver algumas aprendizagens do que estar obcecado com a sua avaliação. E, repito, eu nem sou adepto das teorias holísticas e coisas assim.
- Desta forma, as provas de aferição calendarizadas para o início de Maio (Educação Artística, Educação Física para o 2º ano, entre 4 e 12 de Maio), deveriam ser eliminadas, o mesmo podendo acontecer à de Componente de produção e interação orais de Inglês para o 5º ano, entre 18 e 27 de Maio).
- Em boa verdade, todas as provas de aferição do 2º ao 8º ano, por não terem qualquer reflexo no percurso escolar dos alunos, poderiam desaparecer sem especiais perdas seja para quem for.
- As provas finais do Ensino Básico (9º ano) deveriam ser repensadas, pois ao nível dos conteúdos poderão não estar ajustadas ao novo contexto. O calendário da sua realização deveria ser reavaliado ou, em alternativa, considerar-se uma situação de excepcionalidade para a conclusão do 9º ano (o que até deveria ser do agrado dos críticos dos “exames”, entre os quais não me incluo).
- Os exames nacionais do Secundário que se iniciam a 16 de Junho também deveriam ver o seu calendário reavaliado, com destaque para os de 11º ano que não se reflectem de forma imediata no acesso à Universidade em 2020-21. Adiá-los para Setembro não me parece nada chocante ou inviável. Afinal, nem sou eu quem afirma que não podemos “estar reféns dos exames”.
- Quanto aos do 12º ano, é importante aferir até que ponto as provas que foram feitas estão adaptadas às circunstâncias em que vão decorrer (ou não) as actividades nos próximos meses. O recurso a ferramentas de ensino à distância não substitui o valor das aulas presenciais e muito menos fazer-nos acreditar que solucionam o problema existente em relação às aprendizagens. Num contexto de excepcionalidade, após avaliação da situação durante Abril, talvez fosse mesmo mais prudente adiar os exames para o início de Setembro, mesmo se isso acarreta adiar o acesso à Universidade.
O Global Teacher Prize 2020 Fechou Há Uma Hora E É Uma Pena
O prazo inicial foi prolongado até hoje, mas deveria ser alongado pelo menos até final desta semana. A escassez inicial de candidatos daria certamente numa plétora, tamanha a excelência que vejo espraiar-se neste tempo de emergência educativa. Não admira que a ideia dos neo-titulares não desagrade a uma quantidade apreciável de pessoas.
Para quando o Costita d’Oiro? Antero, andas por aí? Preciso de um “munheco” alusivo.
Adenda: isto não pode transformar-se numa espécie de campeonato entre quem quer trabalhar e quem não sabe ou não quer fazer nada. Não é sequer uma crítica ao trabalho feito do lado de “cá”, mas sim a constatação da desigualdade de acesso à net do lado dos alunos, seja em zonas mais remotas onde ela não chega, seja em casos onde não há dezenas de euros para pagar a conta. Repito, há que criar condições para o ensino à distância, mas com cuidado na forma como isso se venha a reflectir na avaliação, pois poderemos estar a agravar desigualdades. Eu entendo o cuidado em mostrar que não se está de férias (cruzes, credo), mas… será que todos vivemos nas mesmas realidades sociais e económicas em termos de comunidades educativas?
Devemos procurar soluções? Certo! Certíssimo!!! Mas esta experiência está a ser feita em condições excepcionais, por causa da questão “sanitária”. Por isso, em vez de estarmos tão centrados no que nós vamos fazer, que tal inquirirmos o que el@s estão em condições de fazer?
Já agora… há anos que crio blogues de suporte às minhas aulas de Português e quando leccionei turmas de PCA e Vocacional, construímos blogues temáticos com os trabalhos dos alunos. Quase em exclusivo no espaço da escola. Porque…
E O Secretário Apareceu!
Na RTP1. O jovem da DGS falou bem, com o tom de emoção q,b. O SE Costa revelou a sua preocupação com as refeições. Eu bem digo que a Escola Pública passou a ter uma função prioritariamente assistencial. Há agora, avaliando pela volumetria, acho que é uma prioridade que partilhamos. O que poderá ajudar certos cortesãos muito saudáveis e esbeltos a deixarem de me chatear sempre que gozo com certos temas.
Já o ministro Tiago, deve estar a fazer Chiência, algures. A secretária de Estado, que é da administração escolar, da municipalização e tudo, continua a fazer estágio ou então está de quarentena.
Precisamos De Um Tino De Rans Em Cada Paróquia
Do site da DGE (que se afirma em permanente actualização, pelo que ainda poderemos esperar pelo recurso ao apoio divino). Um ponto a favor, parece terem percebido que a banda é estreita e que sessões síncronas funcionam bem, mas para uma certa elite. Eu vejo por aí muitas propostas e ferramentas, mas insisto que não temos um país à imagem de certos nichos de excelência. Infelizmente.
Os Meus Cumprimentos Para Um Director Lúcido
Lá Por Fora
The Coronavirus Called America’s Bluff
(…)
The failures of the moment can be partly ascribed to the loyalty culture that Trump himself has spent three years building in Washington. Only two weeks ago, he named his 29-year-old former bodyguard, a man who was previously fired from the White House for financial shenanigans, to head up a new personnel-vetting team. Its role is to ensure that only people certifiably loyal are allowed to work for the president. Trump also fired, ostentatiously, the officials who testified honestly during the impeachment hearings, an action that sends a signal to others about the danger of truth-telling. These are only the most recent manifestations of an autocratic style that has been described, over and over again, by many people. And now we see why, exactly, that style is so dangerous, and why previous American presidents, of both political parties, have operated much differently. Within a loyalty cult, no one will tell the president that starting widespread emergency testing would be prudent, because anyone who does is at risk of losing the president’s favor, even of being fired. Not that it matters, because Trump has very few truth-tellers around him anymore. The kinds of people who would dare make the president angry have left the upper ranks of the Cabinet and the bureaucracy already.
But some of what we are seeing is unrelated to Trump. American dysfunction is also the result of our bifurcated health-care system, which is both the best in the world and the worst in the world, and is simply not geared up for any kind of collective national response. The present crisis is the result of decades of underinvestment in civil service, of undervaluing bureaucracy in public health and other areas, and, above all, of underrating the value of long-term planning.
Alguém Que Se Chegue À Frente
Não sei se é estratégia do governo no seu todo, se apenas da equipa do ME, mas o sector da Educação ficou entregue e telefonemas das técnicas de serviço no fim de semana, com uma evidente falta de liderança política. Ao menos o Filinto dá a cara e que me desculpem os que não gostam dele, mas merece aplauso por isso.
Orgulhosamente Escola Pública!!!