… e o que me preocupou mais não foi o modelo do Jorge Buescu (que ignorou que a par do crescimento exponencial das infecções há também a recuperação de mais de 80-90% dos pacientes, o que faz com que seja um disparate dizer que haverá 6 milhões de pessoas infectadas ao mesmo tempo, quanto mais 12 milhões), mas o alarme no olhar dos médicos (dos serviços de cuidados intensivos) presentes, o modo como um deu a entender que à descoordenação na “cadeia de comando” e a forma clara como o virologista Pedro Simas explicou as coisas. O director da Faculdade de Medicina talvez tenha forçado demasiado as analogias bélicas, mas pode ter sido para agradar ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. A secretária de Estado fez o papel de secretária de Estado.
Mas, resumindo, as coisas vão ser complicadas e cada dia que se passa na preparação de decisões e em reuniões onde toda a gente precisa de falar e dar a conhecer o seu estado d’alma (o que faz lembrar alguns Conselhos de Turma), é um dia perdido. Essa é a grande mensagem. E seria bom que os nossos principais líderes eleitos não oscilassem entre uma certa despreocupação tipicamente política e a hipocondria galopante e andassem ao ritmo das agendas.
Gostei especialmente da parte em que o médico a distância disse o óbvio, que o rei vai nu… e fez-se silêncio…
Também, quando o diretor da fac medicina da ULisboa mandou calar Fatinha com a sua insistência nos ventiladores. Tenho saudades da Maria Elisa. Pelo menos, conduzia as entrevistas com alguma inteligência.
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