Mas Quem É Responsável Por Estas Propostas? (Phosga-se!)

Porque aparecem documentos como este (Propostas gerais intervencao educativa) sem data e assinatura, com propostas de “intervenção educativa para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade”? O nome que aparece nas propriedade do documento como autora não nos explica muito.

E porque tem propostas que, se formos bem a ver, vão claramente contra algumas das regras de segurança em relação aos riscos de contágio, para não falar de questões de privacidade ou mesmo de segurança informática?

Entrámos em desvarios? Porque uma coisa é procurar “soluções”, outra é fazer uma espécie de lista de compras.

PropostasEduc

Já agora expliquem estas contas, porque está qualquer coisa a falhar-me. Quem não tem computador, mas tem net em casa é no zingarelho móvel? É isso?

Um em cada cinco alunos não tem computador em casa e 5% das famílias com crianças até aos 15 anos não tem Internet

Prioridades, Lideranças E Outros Bens Políticos Essenciais Em Falta Na Educação Do Nosso Século XXI

Ao fim de uma semana de encerramento das aulas – ou “actividades lectivas presenciais” – começa a ser possível perceber até que ponto a equipa do ME é muito útil em cerimónias, viagens recepções, visitas VIP e conversa mole em tempo de paz, mas um bocado ausente quando as dificuldades apertam.

No actual contexto, seria interessante que se tivessem estabelecido algumas linhas claras de orientação que fossem além de “os professores não estão de férias” do ministro ou daquela enfastiada ida do secretário de Estado a um programa televisivo vespertino para falar de modo vago no ensino à distância. Sabemos que na Educação, tirando a conversa teórica sobre inovação, flexibilidade, inclusão e outros chavões, há escassa autonomia para tomar decisões, mas, neste caso, até porque as questões orçamentais não são as decisivas (isso está dominado, e bem, pela Saúde) até bastaria aparecer alguém com alguma voz de comando e que desse a sensação de perceber o que é prioritário e, já agora, demonstrar que todo aquele parlapatório sobre o século XXI tem reflexos na capacidade prática do ME reagir ao “desafio” que enfrentamos.

Em vez disso, temos um grupo de figuras segundas ou terceiras altamente estimáveis, com evidente saber técnico, a tentar preencher de algum modo ao vazio criado, com recurso às “redes sociais” de que tanto mal por vezes é dito e a formar grupos de “apoio” para “ajudar os professores”. O esforço é meritório, mas não substitui uma verdadeira liderança. E muito menos é capaz de responder às exigências, percebendo-se que o voluntarismo de alguns chega ao terreno em conta-gostas e em modo que eu chamaria “consultivo”.

No grupo de apoio ao e-learning criado no fbook dá para perceber como a maioria das escolas está entregue a si, assim como os professores, na algo vã tentativa de provar que não se está de férias. Repare-se no inquérito lançado pelo Jorge Sottomaior Braga (que anda convencido que estou chateado com ele, não entendendo bem o que verdadeiramente me cansa em certos climas de agitação e pouco “foco”) no grupo há mais de um dia acerca das soluções adoptadas para acompanhar os alunos à distância.

Elearning

Num grupo com mais de 17.300 membros, em mais de 24 horas, existiam menos de 170 respostas (cerca de 1%), sendo que metade declara que não existe qualquer solução padronizada nas suas escolas. Um pouco mais de 30% refere a opção pela plataforma Microsoft Teams (claramente a preferida por alguns dos dinamizadores do grupo) e o resto dispersa-se.

Embora não seja essa a sua vocação, por ser uma ferramenta essencialmente para fins administrativos, percebe-se que o E-360 nem é referido. Mesmo se é afirmado no site oficial que:

Com o E-360 pretende-se ainda a facilitar a interação de todos os intervenientes no processo educativo do aluno (encarregados de educação, professores, dirigentes escolares e pessoal administrativo e organismos da administração educativa) que resultará numa maior colaboração, troca de informação mais célere e eficaz, garantindo a segurança de informação.

Ou seja, o ME parece ter-se alheado de fazer mais do que encaminhar para as plataformas e ferramentas existentes, numa espécie de sortido rico das propostas no mercado. Só que a acumulação de sugestões, está longe de permitir que se adoptem soluções com um mínimo de coerência pelo país e não me venham com a “autonomia” para justificar a inexistência de um plano com prioridades claramente definidas e ajustadas ao calendário e especificidades de cada grupo de alunos, conforme os graus de ensino. Apresentar todas as alternativas que um grupo de gente informada conhece há muito é algo muito diferente de ter um rumo claramente traçado.

Não chega a demagogia de afirmar que estamos perante um “enorme desafio” e “uma oportunidade” para inovar os processos de ensino com base em recursos digitais. Porque o resultado é que, um pouco por todo o lado, passámos a ter uma espécie de formigueiros a quem falta uma “cabeça”.

Sim, todos podemos colaborar e fazer a nossa parte, mas depois o conjunto parece uma daquelas mantas das nossas avós, coloridas, criativas qb, e agora até bem caras por serem uma espécie de artesanato gourmet, mas que nem sempre chegam para tapar a cama toda.

Não é tempo para apontar divergências e “unir esforços”? Sim, mas para isso teria de haver com o que convergir ou divergir e, como escrevi, o que se encontra é um enorme vazio de liderança.

Já agora:

Things to Consider Before Implementing Virtual Reality Training

(…)

Ignore Novelty And Start With The Pedagogy

Taking a step back is an essential first thing to consider before implementing virtual reality training for your organization. Firstly, you need to check if VR is best for you to achieve your desired results.

Of course, VR is not right for every situation or performance problem. So, ensure that you start with the pedagogy and define your challenges and learning goals.

(…)

 

 

É Esperar Pelos Dados Do Fim De Semana

Hoje é o 2º dia com valores abaixo dos 30% de casos novos (total de 1020, acréscimo de 29,9%, depois de 22,3% ontem), mas são necessários mais uns dias para perceber até que ponto pode estar a curva em desaceleração e a afastar-se daquelas projecções catastrofistas de alguns matemáticos que vivem em “modelos”. Claro que pode estar um salto à nossa espera, dos grandes, mas pelo menos, por agora, há uma ligeiríssma janela de esperança de que as coisas não sigam a pior evolução. Se assim for, talvez se perceba que o início das auto-medidas de contenção desde 6ª feira da semana passada poderá ter tido algum sentido. Esperemos que sim, mas prognósticos…

COVID 20Mar20

 

A Única Saída É Mesmo Rir

Como me dizem que estamos em tempo de ser “construtivos” e de “remar todos para o mesmo lado” (desde que se mantenham a distância de segurança, para que não se pegue o vírus da parvoíce, desculpem, da cerveja corona) vou abster-me de comentar desde já isto e ignorar toda a evidente falta de liderança na área da Educação neste momento, porque um não sabe, o outro não gosta de aparecer durante os temporais e a outra chegou agora mesmo e não foi para isto que aceitou o cargo.

Exm.s (as) Sr.s (as) Professores (as)

No âmbito da utilização das tecnologias colocadas ao serviço do cidadão, a DGAE criou uma nova modalidade de comunicação por e-mail, apostando na inovação, na modernização e no aumento da qualidade dos serviços prestados, o E72. Com esta nova funcionalidade não apenas nos propomos responder até 72 horas às questões que nos sejam colocadas, como ficará disponível a cada um o histórico das suas comunicações.

Fizemos testes com várias escolas para melhor percebermos o nível da sua funcionalidade, incorporámos várias sugestões de melhoria e o resultado confirmou a importância desta nova funcionalidade.

Assim, a partir de hoje todos poderão utilizar o E72, acessível através do SIGRHE.

Estamos certos de que esta nova funcionalidade constituirá um reforço na qualidade das comunicações, num momento em que muitas das questões serão relacionadas com o novo (COVID-19). A todos desejo uma ótima comunicação!

A Diretora-Geral da Administração Escolar

Susana Castanheira Lopes

E72

(as 72 horas devem ser para preparar/consultar o menu de respostas automáticas produzidas para o efeito, tipo indeferimento de pedidos de escusa…)

6 Feira – Dia 2 Em Emergência

Antes de mais, dizer que esta espécie de diário irá “migrar” a breve prazo para o Educare, embora eu continue a fazer a ligação aos “verbetes” a partir daqui.

Em seguida, após uma semana em estado de qualquer coisa, sinto-me mais desgastado do que se tivesse estado em aulas. E apesar de, honra lhe seja feita e o devido elogio, a minha escola ter adoptado das medidas mais sensatas que por aí tenho visto. Pelo que nem quero pensar em quem tem sido bombardeado todos os dias com pedidos disto e daquilo, muitas vezes de coisas que nem sequer ainda estão no devido tempo (no caso da avaliação) ou que parecem esquecer que em circunstâncias normais os alunos teriam duas semanas de paragem. Sei que me repito, mas acho que vale a pena, que é para ver se algumas criaturas deserdadas do estatuto de titulares ou sentindo em si que era isso que mereciam, atendendo ao seu valor, flexibilidade e capacidade de inovar o que já foi feito, ganham algum tino e tomam um leitinho morno pela manhã.

Quanto ao mundo envolvente, as filas fora de talhos e padarias começam a fazer parte da paisagem, assim como pessoas que, em virtude do “isolamento”, quando conseguem entrar, aproveitam para tentar colocar a sua vida em dia e saber de tudo sobre @ don@ ou empregad@ da loja. Com a chuvinha miudinha, os parvos ficam à molha cá fora enquanto, entre a meia dúzia de carcaças e os 300 gramas de fiambre, a senhora/jovem/etc decide pedir o relatório sobre o estado da descendência de quem a atende. No caso dos homens, com o futebol parado, 90% dos temas de conversa morreram, pelo que ao menos nisso ganhámos alguma coisa.

Quanto à gata, a esta hora (meio.dia) já se resignou e foi dormir a 2ª das 7 sestas do dia, até porque chove na varanda.

diario

(inventário: meio frasco pequeno de álcool, um de gel desinfectante dos tempos da outra gripe e um spray para as mãos comprado por acaso há uns meses…  níveis de consumo de papel higiénico dentro dos valores médios aceitáveis…)