Uderzo (1927-2020)

Ontem não tive tempo para assinalar o desaparecimento desenhador do Astérix, série de culto, mesmo depois da morte de Goscinny, o autor dos mais brilhantes argumentos da série. Comprei sempre os álbuns, quando passei a ter dinheiro para isso, mesmo quando a qualidade do desenho se mantinha muito acima das histórias, progressivamente mais desinspiradas. Pode ser que agora se liberte um pouco da figura tutelar. Os meus favoritos serão sempre Astérix e os Normandos (por causa da aprendizagem do medo) e A Zaragata (graças ao Caius Detritus), mas a cada um@ o seu paladar.

Mas… em nome dos tempos da infância e adolescência (ainda se aguenta muito bem O Grande Fosso), fica aqui a referência.

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No Shopping News

Em confinamento, só fui deitar o lixo fora. A papelaria mais próxima não tem o JLetras, pelo que ainda não pude confirmar se a minha crónica no suplemento de Educação vem cercada de exemplos de depoimentos plenos de optimismo, sugestões de boas práticas e adicionais prosas orgásmicas sobre a entrada na escola do século XXI graças à covid-19. Amanhã tentarei saída destemida a quiosque mais distante.

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Dia 7 – Definir Limites

Os tempos de emergência que vivemos, que alguns anunciam como a “oportunidade” para estabelecer um “novo paradigma” educacional, têm vindo, dia após dia, a tornar-se cada vez mais exigentes e, sublinho-o, abusivos na forma como entraram pelo espaço doméstico e pelo tempo privado dos professores.

(continua no Educare… mais em força do que em jeito…)

diario

Phosga-se! – Série “Professores”

Saquei os dois excertos abaixo ao mural do Ricardo Santos que retirou a identificação de quem escreveu estas pérolas.

Comecemos pela parte da arrogância, típica de quem vive num casulo em que a “inclusão” se enuncia mas não se pratica e em que as desigualdades são um mito. Não têm? Tivessem! Se não têm, é porque são uns inúteis ou desocupados.

Crazy

Mas há pior (se é possível) que é quem acha que pode exigir aos outros, mas depois nem consegue perceber como se faz a concordância entre um sujeito no singular e um predicado no plural.

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Sim, os tempos de emergência estão a fazer cair o verniz a muita gente. Há os que sinceramente acreditam em algumas coisas, mas há quem tenha apenas falhas evidentes de carácter.

E não se admirem se forem daqueles que também querem um “novo paradigma” para a carreira docente e já estejam em bicos de pés para certos cadeirões e com a gadanha na mão para fazerem uma “limpeza”.

E Quanto A Um 102 À Distância?

O tempo que a maioria do pessoal tem passado agarrado ao computador ultrapassa em muito o “presencial” do horário tradicional. Sim, são tempos de emergência, mas isto começa a parecer uma certa neo-servidão em modelo digital. Hoje, teria um horário “presencial” até às 13.30 e, eventualmente, uma reunião à tarde. Portanto, a partir daquela hora ou, no máximo, das 16 horas, não irei responder a mais mails e solicitações ou fazer seja o que for neste novo modelo de disponibilidade total que se instalou, excepto se aparecer algo digno da série “Phosga-se” que mereça leitura.

No verbete de hoje do “diário” já desenvolvo um pouco mais o tema.

slap