Isto não pode voltar à (a)normalidade
(título inspirado num artigo interessantíssimo publicado por Vitor Belanciano há uns dias no jornal Público)
Temo que mais logo, quando forem anunciados os contornos do Ensino Remoto em Situação de Emergência pelo ministério da educação para as três próximas semanas se perca por mais uns anos a oportunidade de ajustar os curricula àquilo que a vida social, académica e profissional hoje exigem.
Tal como diz Ilídia Cabral aqui, é minha convicção, como de muitos outros que vamos estudando e intervindo na educação, que o problema que vamos ter pela frente já na próxima semana não é de ajustamento às novas tecnologias mas o que queremos que os jovens aprendam e que desempenhos queremos que desenvolvam na escola )e em casa).
O currículo escolar tem de ser reconfigurado para que se faça currículo de cada um dos jovens e isto só será feito se o principal instrumento para um novo design curricular em cada uma das escolas se se apoiar como efetiva orientação nas Competências à Saída da Escolaridade Obrigatória.
O grosso das prescrições programáticas em muitas disciplinas é ainda hoje um efetivo obstáculo à promoção das aprendizagens efetivamente essenciais à vida em comunidade. Estamos em tempos de remover estes obstáculos e de compreender que a inovação que se exige tem de ser disruptiva tal como foi para todos nós no plano da saúde e da vida pessoal as medidas de precaução introduzidas pela Pandemia do Coronavírus. O que havia, apoiado na replicação de informação apresentada em aulas magistrais sucessivas e replicada em inúmeras tarefas e tarefinhas, já era.
Aliás, já é passado.
João Marques Silva

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