Dia: 11 de Abril, 2020
É Páscoa, Pessoal!
Chegou o ministro e o secretário andarem a bombardear o pessoal com programações, aparições diversas e recomendações variadas na 6ª feira santa para muitos (eu sou incréu, pelo que é o menos). Os xalentes só se ganham no fim. Há tempo para se exibirem daqui a dois dias, Não corram tanto que ainda tropeçam antes da meta.
Leiam qualquer coisa de jeito (estou a começar O Barão Trepador do Italo Calvino e a questionar-me porque ainda não o fizera).
Ide comer qualquer coisa doce.
Beijos e abraços.
(amanhã, não faltarão a música matinal e o verbete diário, mas é porque está tudo programado antecipadamente)
Sortido Rico
Ligações enviadas pelo Livresco. Comentários (em itálico) meus.
Diretores escolares satisfeitos com medidas do Governo. Professores também elogiam
(começo a ver muitas piruetas por aí… a darem o desdito por dito)
Alunos vão interagir com os professores “no limite por correio”, diz ministro da Educação
(um dia tens de ir a uma escola ver os montes de cartas devolvidas)
João Costa: “Não gosto nada que lhe chamem telescola, é um conceito completamente diferente”
(estou numa de Heidegger… o nome da coisa é o uso que fazemos dela… chamemos-lhe salsicha pedagógica, portanto…)
Uma saída para o ensino ou para os exames?
(pois… mas dizem que os outros é que são escravos da lógica dos exames… e agora? chamemos-lhe apenas “servidão”…)
Exames sem mexidas vão testar matérias do ano todo
Organismo público que desenvolve as provas ainda está a estudar como vai concretizar a solução apresentada pelo Governo para garantir a equidade: alunos vão poder escolher algumas questões a que não respondem.
(porque será que acho que isto vai dar asneira… e que se fosse o ano passado a solução seria outra?)
Os computadores privados dos professores. A benefício de inventário
Não lhes foi nunca fornecido telefones, tablets ou computadores de trabalho nem os custos associados são despesas de representação. E, porém, é com tudo isto que toda a gente tacitamente conta.
(o meu já começa a dar sinais de maior degenerescência do que o dono e nem é muito velhinho…)
(o problema é que o pelotão da frente estará sempre na frente enquanto se andar apenas com o carro vassoura a apanhar os atrasados em vez de lhes dar condições para terem bicicletas como as dos outros)
Governo vai investir no “acesso universal à rede e aos equipamentos” para todos os alunos
É “muito mais” do que um programa Magalhães 2.0, afirma o Primeiro Ministro António Costa, explicando que completa a viagem iniciada. Computadores e acesso à rede fazem parte das promessas, embora ainda não esteja claro como e quando.
(vai ser um trabalhão achar um novo nome… Camões 1.0? Gama V1?)
Da Comissão Nacional De Protecção De Dados
Porque há gente que é toda muito rigorosa nuns casos, mas depois alinha na onda, a ver se alcança um bom spot na praia.
Orientações para utilização de tecnologias de suporte ao ensino à distância
1. Introdução
O recurso a tecnologias de informação e comunicação para apoiar a atividade de ensino, nos seus diferentes níveis, tem vindo a ser intensificado na última década, enquanto instrumentos de agilização da comunicação e de divulgação mais eficiente de conteúdos. Recentemente, na sequência da pandemia provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e pela doença Covid-19, adquiriu maior preponderância e visibilidade.
Na realidade, a imposição de confinamento e de isolamento social levou muitos estabelecimentos de ensino e profissionais deste setor a repensar as vias de comunicação e interação entre professores e alunos que se encontram em casa, estando a ser, nuns casos, ponderada a utilização de tecnologias de suporte ao ensino à distância e, noutros casos, a ser efetivada essa utilização.
Em causa está o recurso a plataformas eletrónicas de suporte ao ensino não presencial, que podem servir como meio de divulgação ou partilha de conteúdos pedagógicos, promover a interação entre os utilizadores ou adaptar conteúdos pedagógicos aos conhecimentos e capacidades de cada aluno.
A sua utilização implica a recolha e o subsequente tratamento de um conjunto alargado de informação relativa aos utilizadores e, nessa medida, porque estes correspondem a pessoas singulares que estão identificadas ou são identificáveis, implica um tratamento de dados pessoais, estando sujeito aos princípios e regras de proteção de dados pessoais.
Compreendendo-se o contexto especial que se vive, no quadro do qual se revela a necessidade ou conveniência de generalização do uso destas tecnologias, importa, paralelamente à perceção das vantagens daí decorrentes, alertar também para os riscos associados à sua utilização, recomendando-se uma cuidada ponderação antes da tomada de decisão de adotar, disponibilizar e promover e aquando da utilização destas tecnologias.
Na realidade, os principais riscos estão relacionados com o tratamento de informação que diz respeito à vida privada dos utilizadores, sejam eles os professores, sejam os alunos. Riscos que se acentuam quando os alunos são crianças e jovens, por força da sua maior vulnerabilidade, da sua menor consciência dos riscos e ainda do impacto decorrente da recolha, conservação e análise de dados pessoais ao longo de um extenso período de tempo com potenciais reflexos na sua vida adulta. Aliás, o regime de proteção de dados pessoais obriga os diferentes intervenientes nos tratamentos de dados a acautelar especialmente os direitos e interesses das crianças.
(continua)