Santa pachorra, ainda bem que agora quase não ando por aí. È muita coisa e um tipo agora é mais plataformas: Novos Sinais Transito a partir 20 ABR 2020.
Dia: 17 de Abril, 2020
Bué Útil
A aula conjunta de 2ª feira para História e Cidadania dos 7º e 8º anos é sobre “A Europa: da fragmentação do império romano à formação dos Estados liberais”. A ficha de trabalho proposta faz-me sorrir porque parece uma daquelas mantas que a minha avó fazia em crochet (os meus alunos vão perceber a diferença enorme entre o que costumam ter e isto em matéria de competência gráficas) ou uma manta de retalhos, do tipo tesoura e cola. Para além de que a miudagem do 7º vai ficar a olhar para aquilo e a interrogar-se sobre que raio é parte daquilo,
Já a de 4ª feira de História e Geografia de Portugal para os 5º e 6º anos é, para 30 minutos, sobre “Da Expansão Marítima do séc. XV à manutenção do Império Colonial no séc. XX”. A ficha de trabalho só pode ser uma anedota. A política financeira de Salazar em 1928 a propósito do colonialismo?
Mais um pouco de transversalidade temporal e pedem uma composição sobre a Primavera na era depois de Cristo.
Phosga-se! – Série “E@D” #4
A forma como na DGE tratam as mensagens dos professores e as denúncias que há quem diga (e bem) que devem ser feitas. O pessoal lá nem tem paciência de mandar um “recebido”. Apagam sem sequer ler. O que vale é que os professores arcaicos ainda sabem enviar mensagens com relatório de leitura.
Há quem se queixe do “Estado”. Ora bem…
A Tolerância (Modo De Usar)
Agora anda tudo muito agitado com os problemas de certas plataformas. Há umas semanas, andei a partir pedra com algumas “personalidades” entusiasmadas do meio educativo digital. Uma delas levou uma tarde de sábado a dar-me na cabeça. Agora já está preocupada e recomenda a denúncia das situações. Fui lá à publicação relembrar que há quem tenha menorizado os riscos e não tenha feito o seu papel na informação e prevenção. Tudo com bons modos e sem adjectivos. Pimba, apagado. Mas depois andam a pregar por aí a tolerância de cravo ao peito. Poizé.
Onde Foi Parar A Educação Artística Para O 2º Ciclo?
Esta é a apresentação do “horário” divulgado hoje do #EstudoEmCasa para os 5º e 6º anos. Era suposto a “Educação Artística” ser o albergue espanhol do 1º ao 9º ano, mas parece que nem isso. Desapareceu do 2º ciclo, embora esteja no 1º.
E Alguém Vai Usar Aquele Argumento “Nada É Seguro Na Net”?
Zoom Sued for Fraud Over Privacy, Security Flaws
The lawsuit comes after agencies ban the video-conference app
Zoom is grappling with alleged loopholes and privacy lapses
Dia 30 – O Último Voo De Sepúlveda
(…)
Os meus alunos do final dos anos 90 do século XX e inícios do século XXI foram muito cedo introduzidos no universo que gosto de designar como “realismo fabulástico” de Sepúlveda, com especial destaque para gato Zorbas que ensinou a Ditosa gaivota que só voa quem se atreve a fazê-lo. E todos voámos com eles e mesmo agora, quando as prescrições administrativas me dizem que é leitura de 7.º ano, ainda lhes damos uma piscadela de olho quase todos os anos.
E Já Andam Por Aí Com Dezenas De Milhar De Visualizações…
… gravações de aulas por vídeoconferência através do Zoom. Como é óbvio não irei linkar as horas disponibilizadas no Youtube por hackers de meia-tigela. Enquanto os gurus da nossa Educação Digital não reconhecerem o erro (e quando o fizerem é como se tivessem sido sempre eles a avisar) que é recomendarem plataformas altamente inseguras. A idiotice de alguns pseudo-iluminados deve ser travada pelo bom senso e a cegueira e as vaidades apressadas só ajudam a aumentar o problema, não a resolvê-lo.
Demagogia À Solta
Já depois da meia-noite, na RTP 3, apareceu a notícia de que o senhor da EPIS (o entusiasmado com a “oportunidade” criada pela pandemia para fazer avançar a Educação da Nação) tinha ido à Escola Secundária Braamcamp Freire, na Pontinha, entregar 2 (dois) computadores a alunos carenciados daquele agrupamento para que pudessem seguir as aulas à distância.
Na peça, o director do Agrupamento, com um ar meio embaraçado e de quem tinha sido “convidado” a fazer aquele papel, dizia que tinha 2900 alunos, 500 dos quais sem equipamentos para acompanharem o ensino à distância. Mas pronto… o senhor da EPIS, em nome dos “empresários pela inclusão social”, estava ali a dar 2 (dois) computadores a dois alunos escolhidos a dedo, obrigados a ir à escola em altura em que a dita deveria estar fechada, com direito a reportagem televisiva, numa modalidade de demagogia que roça a obscenidade propagandística.
Hoje de manhã, já estava na SICN a anunciar que vão dar não sei quantos computadores a alunos restando saber se os vão obrigar também a desrespeitar as regras do confinamento social para que as televisões possam gravar a coisa sem terem de ir a bairros mais complicados e menos fotogénicos.
(no site oficial da EPIS dizem que estão a acompanhar 4379 alunos e que estão prontos a gastar 370 euros no máximo por aluno, o que daria, no máximo dos máximos, 1,6 M€, o equivalentea pouco mais de 60% do salário anual de um qualquer mexia)