A Crónica Semanal Para O Blogue Da FFMS

Escrita no domingo, antes de visionar qualquer aula da “telescola”, pelo que comenta a concepção, não a sua concretização. Isso fica para outra altura.

UMA ESCOLA POBRE PARA OS “POBREZINHOS”?

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Os avanços científicos e tecnológicos podem trazer um mundo maravilhoso para a palma da mão, mas não de todos. Em relação ao ensino pejorativamente apresentado como “tradicional”, vão agravar muito as dificuldades pré-existentes dos mais desfavorecidos.

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Não Quero Acreditar, Mas…

… o mais certo é ser verdade o que acabei de ouvir sobre a avaliação d@s senhor@s director@s no passado ano, em particular dos que estavam no 4º e 6º escalão e não teriam quota para o Muito Bom/Excelente. Vou recolher mais informação, mas parece que (sem nada escrito) foi uma espécie de bodo aos afortunados e todos os que reclamaram (por não chegarem ao patamar dos 9,750), tiveram um raro deferimento. Até parece que (em período pré-eleitoral) as ameaças de demissão funcionaram.

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Dia 33 – Ver Para Crer

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Entretanto, chegando à janela e olhando para o estacionamento da rua, percebe-se que o confinamento está a dar as últimas. Na passada segunda-feira eram raros os lugares livres, hoje são a maioria. A sobreposição de mensagens “topográficas” sobre o “planalto” actual e o “pico” que já passou está a transmitir uma sensação de segurança que faz muita gente sair de casa com menos limitações.

Para terminar, um reparo sobre a presença do ministro da Educação no programa de ontem do Ricardo Araújo Pereira: o enorme nervosismo que se percebia pela tremura das mãos era por ser a sua tentativa de estreia no mundo da comédia sentada?

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O Benefício Da Dúvida?

Sim, para a generalidade dos colegas que aceitaram corporizar as aulas do #EstudoEmCasa porque em muitos casos o estão a fazer por sentirem que não tinham alternativa. Tinham, mas isso agora não importa. Importa que esta “telescola” deveria ter o contributo directo das associações profissionais de professores, em especial daquelas que tanto têm apoiado as políticas em desenvolvimento. Em vez disso, optou-se pela solução mais funcional de falar com algumas direcções amigas e recrutar parte do corpo docente dessas escolas para darem a cara neste “projecto”, respondendo ao “desafio”. Vou esperar para ver, mesmo se alguns materiais já disponibilizados estão longe de ser animadores. Não aceito o argumento do “não estão habituados à televisão”, porque todos estamos habituados a audiências bem mais complicadas do que câmaras. Também recuso aquela linha de pensamento (tão promovida pela tutela nos últimos dias) de termos de apoiar quem aceitou a “missão” pela sua imensa dificuldade. Afinal, não nos andaram a dizer que agora é que iam mostrar como deve ser a Educação no século XXI? Aguentem-se.

O benefício da dúvida resulta de um princípio básico de justiça para quem avançou, como disse, em vários casos por sentir que não poderiam fazer outra coisa, no seu contexto local. Claro que há quem o tenha feito por vaidade, mas isso é algo que se nota mais nas lideranças, nas generalas e generais que mandam os soldados para a frente de batalha e depois colhem os louros, enquanto mandam publicar uns louvores em Diário da República.

Mas como tudo na vida, o benefício da dúvida tem limites. Esta semana vai testá-los.

pop corn

(o primeiro exemplo de descoordenação e falta de planificação global, apesar de ser a mesma pessoa a assegurar as “aulas”, foi o segmento de Português para o 1º e 2º ano se basear na leitura de uma história quando o segmento seguinte é dedicado exactamente à “hora da leitura”…)