Só que, em sondagem divulgada ontem (da Intercampus, no Jornal de Negócios), a maioria dos portugueses receia mais o contágio pelo SARS-CoV-2 do que a referida crise económica. Claro que, nestes casos, a opinião do “povo” é vista com condescendência pelos “especialistas” e “empresários”, ou seja, aqueles que há uma dúzia de anos nos conduziram alegremente até ao colapso, com raríssimas excepções. Porque a opinião do “povo” interessa quando está alinhada com o que é “certo”.
Comunicado à População de Traseiras de Judas
A firma Joaquim Manuel Toucinho da Coxa – Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada vem por este meio informar todos os seus clientes e amigos, bem como alguns transeuntes estrangeiros de proveniência duvidosa que calha aqui estacionarem as viaturas de tal modo que impedem o acesso ao Tio Manuel das Dores na sua cadeira de rodas, que o cidadão alentejano cujo infeliz óbito agora se confirma não era nem nunca foi cliente deste estabelecimento.
Esta lamentável ocorrência deve servir de aviso à Maria da Lavadeira e à Tia Ermelinda, que ignorando os mais conceituados estudos científicos, a OMS e até mesmo os conselhos do Morgado, vêm fazendo uma campanha contra a ingestão da afamada aguardente Quinta da Rola, um excelente método profilático para evitar dores de ciática, da alma e os vírus malignos causadores de gripe e raiva.
Tal campanha de desinformação acabará sem dúvida por causar mais uma ou duas mortes durante o próximo ano, caso os cidadão não se mantenham avisados e no respeito pelas directivas da nossa farmacêutica, a Drª Roberta Sachimi, cidadã que até nós chegou vinda do Rio Grande do Sul, e a quem aproveito para lembrar que há contas por pagar, mesmo em tempos de pandemia, e que é política deste estabelecimento só aceitar numerário.
Relembramos que o álcool é uma das duas substâncias que podem comprovadamente matar o vírus maléfico e que em relação à outra, o sabão, sabemos que tem pelo menos o inconveniente de não poder ser ingerido.
Informamos também que continua a ser política deste estabelecimento reciclar os óleos alimentares da freguesia para a produção de sabão. Não há portanto razão para a Maria da Lavadeira e a Tia Ermelinda continuarem a despejar este tipo de produto à porta da venda com o objectivo de dificultar a circulação, afugentar os clientes e dar-me cabo dos canteiro de cravos.
Termino avisando o Ziguezague sobre as consequências de apedrejar as antenas de televisão para impedir os putos do Morgado de verem as aulas: mais tarde ou mais cedo será designado ajudante do cabo da Guarda e encarregado das operações de destruição dos ninhos de vespa asiática.
Para que ninguém se esqueça, no próximo Sábado ofereceremos um cravo a todos os clientes que nos visitarem e adquirirem uma garrafa de aguardente.
Assinado
Joaquim da Coxa
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…” Porque não é a Economia, mas sim a Saúde ou mesmo a Vida que está em causa, estúpidos ! “…
Muito bem !
Subscrevo em 100% .
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Morgado, tu tens muito tempo livre, não tens?
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Há quem goste de escrever… eu compreendo isso. De manhã, em meia hora, faço o verbete do dia… não é preciso muito tempo.
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Os 20 minutos que gasto para escrever um texto deste tamanho servem para desviar os olhos da janela principal onde escrevo mais de 10 vezes do que isso por dia. Há quem ponha fotos no ambiente de trabalho mas a mim não me aquecem nem me espairecem. Deviam experimentar.
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António B.,
O Morgado não faz neribi … daí o tempo livre e a qualidade de vida.as que escreve muito bem , escreve !!!
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.as ? Mas que
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É sempre um prazer ler o dono do Quintal e o Morgado.
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O Morgado tem heterónimos como o Pessoa. Um deles é Maria.
Houve um momento em que quase o confundi com o Fafe, mas logo concluí que não, pois este era tortuoso, com um toque de loucura divina, enquanto aquele é só… chato.
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