Ponto De Ordem À Mesa, Não Porque Seja Muito Importante, Mas Porque Sim

Acho curiosos os remoques à distância de alguns afeiçoados da corte costista, versão educativa. Como lhes falta a fibra para encararem as coisas de frente, preferem a cernelha a ver se “agarra”. Ora, eu gosto mais de nomear as coisas de forma directa, mesmo quando guardo para mim alguns detalhes da forma como alguns vão fazendo “carreira”, prestando-se serviços e fretes variados a este ou aquele poder em troca de moeda escassa, consta que nem chegando à trintena canónica. E, como se pode ver, também posso dar-lhe de través, para não dizer que ando a fazer ataques ad hominem (uma das cinco seis latinices que o vulgo domina, mesmo os que não pagam quotas ao et pluribus…) e mais umas coisas daquelas que argumentações flácidas fazem passar por prosa hirta.

Dito isto, esclareçamos coisas por demais esclarecidas e demonstradas: no sistema de ensino, fui primeiro aluno, depois professor e aluno e por fim quase em exclusivo professor. Não foi vocação, foi jeito ou trejeito que apanhei pelo caminho. A minha posição é de pé, deambulando pela sala, não sentado em cadeirão ou pulando tanto até que me atirem com um cadeirão para me aquietar. Já nasci para isto há muito tempo, não uso do argumento “isso já não foi do meu tempo”, porque a História serve para completar as debilidades dos fracos de memória. Gosto do aroma a sala de aula e giz polvilhado como outros dizem gostar (bleargh!) do cheiro a balneário, o que .(sempre me pareceu coisa meio abichanada, mas a cada um os seus prazeres e quem sou eu para ajuizar inclinações, que até gosto de bichanas.

Ao fim de mais de 30 anos, quando em exercício (que eu tive outros afazeres e alguns desempregos), o mais que me afastei das ditas salas para aquelas coisas que são conhecidas por “cargos” foi para ser representante de disciplina. Fora disso, só coisas com eleições mesmo e professores a votarem de forma directa, um mandato num Conselho Municipal da Educação (sem direito a reduções, mas ajoujado de irrelevância) e mandato e meio de Conselho Geral (idem, idem, excepto umas excepções que a mim as figuras de cera parecem velas a queimar e eu gosto pouco de fornecer carne para churrasquinhos), que a paciência não me estica para mais e a miopia outro tanto. Nunca, em circunstância alguma, pelejaria por manter aquilo de que confirmo a plenos pulmões desgostar como tanto observo a quem clama ainda mais alto do que contra o que lhe prende o olhar e titila a tentação.

Por isso, sempre repeti que a 1 de Setembro me encontrariam no lugar do costume e sempre assim foi e não sei se será, porque confesso que esta tele-coisa não me fez diminuir nada o desânimo com boa parte das criaturas humanas armadas em tudo aquilo que nunca conseguiriam ser. Mas que isso não faça pensar que quero o que outros têm, seja equivalente ou em vez de, por muito que exista quem adivinhe moinhos no nevoeiro e pretensões sebastiânicas que não partilho, porque acabam sempre mal. Deixo para os outros o proveito de tais proveitos e todo o tipo de preenchimentos de vazios vivenciais que lhes acuda, que eu estou de barriga cheia de acepipes e estantes a cair de cartapácios por desvendar. E nada lhes invejo, muito menos a forma como, de tanto amar a docência e os alunos, daquela e destes fogem à primeira oportunidade que surja para se afirmarem missionários desinteressados das coisas terrenas, a menos que sejam as que rebrilham.

A escrita enrolada é a modos que propositada porque, garanto-vos eu que já mensurei capacidades e competências, a quem a verborreia se dirige, a esta hora poderá ter percebido isso mas muito pouco mais. Até porque, assim sendo, continuarão a entrever sombras nos oásis e intenções escondidas com o sol a pino nas moleirinhas, medindo os outros pela pequenez dos seus notáveis conseguimentos.

E cai o pano, enquanto as costas se aplaudem.

MAD

Uma Boa Posição Para Fazer Algo De Muito Útil Pela Vidinha, Desculpem, Pela Classe Docente

Lambe botas

(porque não há como amar tanto a docência que uma pessoa se sacrifica ao ponto de a deixar para os outros… mas sempre com espírito de “missão”, seja-se coordenador de estabelecimento de comes e bebes ou subdirector para as questões da transcendência administrativa imanente)

Para Tanto Nervosismo, Mais Valia O Confinamento

Percebe-se que o pessoal do sector mais descontraído das tascas&cafés de bairro sempre esteve pronto para desconfinar, mas há quem não esteja, mesmo, em condições psicológicas para o fazer e não me venham falar dos serviços públicos. Há serviços privados, em que o pessoal parece estar com os nervos em franja, como se lhes fosse explodir uma bomba atómica debaixo do traseiro se não descobrirem qual dos 27 fios coloridos é para cortar. Eu não tenho culpa se quero contribuir para a retoma e apenas pretendo que cumpram aquilo por que dizem ter lutado, que é a salvação da economia. Eu estou a tentar ajudar, mas é difícil quando qualquer indicação ou instrução é feita na base do esgar berrado. Não sou surdo, o raio da máscara não me tapa as orelhas.

Beavis and Butthead

 

Dia 48 – Correntes De Ar

O modelo de salas de aula abertas em forma de janela para todos espreitarem para dentro vai, mais cedo do que tarde, acabar por dar resultados desnecessários. Mesmo sem videoconferências, esta forma de dar aulas, sem porta ou paredes, com todos os que bem o entendam a espreitar, bastando para isso terem uma palavra ou link de acesso não levanta problemas quanto todos os envolvidos têm a mínima noção do seu papel e lugar em tudo isto. Mas não é isso que se passa em muitos casos.

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