Dia 49 – A Próstata Burocrática

Dá-me um certo gozo vestir a roupagem de encarregado de educação. E até me liberta a imagética.

Hoje apareço aqui como encarregado de educação, porque os professores ainda mantêm o direito natural, penso que não inscrito na ordem constitucional vigente, de terem filhos que frequentam o sistema de ensino. No meu caso, sou o encarregado de educação de uma aluna do 11.º ano e estou a ficar um bocado farto deste modo de decidir coisas como se alguém estivesse com problemas na próstata (burocrática) e precisasse de ir aos sanitários (dos procedimentos administrativos redundantes) com frequência, mas sem nunca fazer o serviço de forma completa e satisfatória.

(continua)

diario

Diz A Senhora Que Disse Que As Máscaras Não Adiantavam Nada, Muito Pelo Contrário?

E que ficou chateada porque a filha teve de ficar os netos (dela, Graça Freitas) em casa?

DGS diz que não há motivos para pais impedirem filhos de irem à escola

Voltar às aulas “com toda a confiança”, desde que todos mantenham esforços para usar barreiras físicas e desde que se cumpra o distanciamento social: é a mensagem que Graça Freitas faz questão de deixar.

coice-da-jumenta

Já Começaram A “Equipar” A DGAE PAra Fazer Uma Limpeza Aos Envelhecidos Mais “Frágeis”?

Há sinais muito, mas mesmo muito preocupantes acerca de uma coligação de interesses para ser aproveitada a actual “oportunidade” para avançarem medidas (ao nível dos concursos e da carreira docente) para que o “rejuvenescimento” seja feito de um modo bem mais “radical” do que qualquer troikismo. Não é teoria da conspiração, basta ver os “sinais” nas redes sociais, em alguns espaços de info-opinião digital, saber as ligações e fidelidades pessoais nem sempre assumidas às claras e perceber-se-á que uma estirpe mutante do complexo de Édipo está quase a ser lançada sobre a “peste grisalha”. Isto é que vai ser ver algumas figurinhas deprimentes e a defender o que há meia dúzia de anos considerariam medidas absolutamente inaceitáveis “da Direita”.

Eu ainda não me esqueci da ameaça pouco velada que foi deixada há um par de meses por aí, em ambiente mais ou menos público e retransmitida por via “privada”. Algo do tipo… ou fazem o que queremos, como queremos ou passarão a ser professores de segunda, porque para os de primeira há poucas vagas e é preciso saber que escolhemos a gente “certa”.

Outro dos temas abordados na comissão por vários deputados foi sobre a disponibilidade de professores para garantir as aulas presenciais, uma vez que esta é uma classe bastante envelhecida e com algumas morbilidades.

Tiago Brandão Rodrigues garantiu que o Ministério está a trabalhar para “ter um corpo docente robusto”, sublinhando que neste processo de regresso às aulas presenciais serão em breve ouvidas as estruturas sindicais.

Em algumas escolas, as turmas poderão ficar divididas por várias salas de aula para garantir o distanciamento social e nesses casos serão precisos mais professores.

Goodfellas

(é possível colocar o nome a cada um destes “bons rapazes”… a quem só falta terem visto o final do filme)

A Posição Da CNIPE Sobre O Retorno Às Aulas

(embora a tutela prefira sempre a CONFAP para “dialogar”…)

A CNIPE ESTÁ PREOCUPADA COM REGRESSO DOS ALUNOS À ESCOLA (COVID-19) A 6 SEMANAS DE CONCLUIR O ANO LETIVO!

O Governo acaba de anunciar um conjunto de medidas para o regresso à normalidade, de forma faseada, no combate à pandemia de Covid19, no que se refere especificamente ao regresso às aulas presenciais dos alunos do 11o e 12o anos.

As Escolas acabam de receber um conjunto de orientações, nomeadamente “Cautelas a adotar quando forem retomadas as aulas presenciais: desinfeção prévia da escola pelas Forças Armadas; uso obrigatório de máscara; dispensadores de gel desinfetante à porta de cada sala de aula, com uso obrigatório à entrada e à saída.” (Fonte:  covid19estamoson.gov.pt), os alunos estarem sentados individualmente na sua carteira, terem de permanecer nos intervalos dentro da sala de aula (parece-nos algo absurda este tipo de orientação ), podem haver alunos que distam da sua escola e podem recorrer a outra escola para aula presenciais.

As orientações de hoje refere que as aulas devem regressar para as turmas de exame (e não para os alunos que vão ter exame), aumentando o risco de mais pontos de contacto/potencial contágio.

Esperemos que tal não venha a acontecer mas, vamos colocar em cima da mesa confirmar-se o contágio de covid19 numa escola nesta fase! O que vai acontecer? Os alunos desta escola vão ser dispensados dos exames? Há necessidade dos nossos filhos correrem este risco?

Pelos relatos conhecidos publicamente ainda não estão reunidas as condições de desinfestação e higienização das escolas.

Destas discrepâncias resulta alguma desconfiança. Exemplo disso são várias as consultas que referem que a maioria dos pais não se sente seguro em deixar os filhos regressarem à escola.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/covid-19-mais-de-metade-dos-inquiridos-contra-reabertura-das-escolas-secundarias-em-maio#_swa_cname=sapo24_share&_swa_cmedium=web&_swa_csource=facebook&utm_source=facebook&utm_medium=web&utm_campaign=sapo24_share

Ainda Citando o Observatório de Políticas de Educação e Formação da Universidade Lusófona, “Mais de metade da amostra (56,7%) não concorda com a reabertura das escolas no ensino secundário no mês de maio, embora 37,5% concordem, desde que mantendo o distanciamento físico”, de acordo com o inquérito do Observatório de Políticas de Educação e Formação (OP.Edu).

Este regresso será alegadamente para que os alunos tenham contacto com os seus professores antes dos exames, que lhes permitam preparar-se melhor para essas provas. Contudo, prevê-se uma dinâmica diferente daquela a que os alunos estão habituados desde há muitos anos, o que não contribui para o objetivo previsto. Em suma, a coberto de um argumento válido, pensamos que se procura um grupo-alvo de estudo em meio semi controlado para que se teste a imunidade coletiva. Não se pode permitir isto, pois os nossos filhos e educandos não são cobaias.

Por outro lado a experiência recente do apoio dado aos alunos através da net tem sido fundamental e positivo. Entende a CNIPE que esta metodologia devia continuar e no caso dos nossos filhos e educandos terem dúvidas ou outro tipo de necessidades educativas, pode e deve ser o professor a regressar à escola e proporcionar o esclarecimento de dúvidas que exijam a utilização de quadro e outros meios que pode não ter na solução de teletrabalho.

Tendo em consideração todo o exposto, a CNIPE colca todas as reservas no regresso dos seus filhos à escola no próximo dia 18 de maio por não estarem reunidas condições que lhes permitam retomar as aulas com segurança, mesmo com as restrições anunciadas e outras orientações que nos parecem absurdas.

No caso de todas estas dúvidas, a melhor opção será que os nossos filhos podem não REGRESSAR à ESCOLA e tudo vai ser feito para acompanhar os mesmos na vida escolar.

Marinha Grande, 05 de Maio de 2020

CNIPE2

As Orientações Da DGEstE Para O…

Regresso às aulas em regime presencial (11º e 12º anos de escolaridade e 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário)

Página e meia de introdução desnecessária (caberia o que interessa num simples parágrafo) e depois o recurso repetido à expressão “sempre que possível””, pois é claro e notório que não será sempre possível muito do que ali está. E isso vai criar uma terceira camada de desigualdade de acesso à Educação.

Atente-se na forma como se “empurra” de forma decidida os alunos e famílias para uma decisão, com uma espécie de “chantagem” pouco subtil:

a. A assiduidade dos alunos é registada;
b. Os alunos que não frequentem as aulas presenciais, por manifesta opção dos encarregados de educação, veem as suas faltas justificadas, não estando a escola obrigada à prestação de serviço remoto.

Se o aluno faltar e isso for uma opção da família já se percebeu que é para “queimar”, porque não lhe serão asseguradas condições de desenvolver as actividades e, logicamente, isso terá reflexos negativos na avaliação.

Esta forma de fazer as coisas é feia, para não dizer pior. És livre de decidir, desde que decidas o que queremos. Se não o fizeres, ficas por tua conta e pagarás por isso.

Brilhante!

Stop

 

A Ler

Um bom texto do João Teixeira Lopes sobre a falta das aulas físicas, porque as telecoisas são para mim exercícios sobre o quase vazio e outro do José Matias Alves que sublinha aspectos óbvios, mas que nem toda a gente parece entender acerca do novo contexto educativo. Ganharia em ter feito ali uma certa poda de passagens que resvalam para a velha enunciação de uma certa teologia da educação (desnecesssárias algumas referências aos dogmas em vigor nos pontos 8 e 9, por exemplo), mas os maiores nacos de prosa são de mero bom senso.

Finger