CARTA ABERTA SOBRE A REALIZAÇÃO DE EXAMES NACIONAIS NO ANO LETIVO 2019/2020
Ex.mo Sr. Presidente da República Portuguesa
Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República
Ex.mo Sr. Primeiro Ministro
Ex.mo Sr. Ministro da Educação
Ex.mo Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Ex.mo Sr. Presidente do Conselho de Ministros
Ex.mo Sr. Presidentes de todos os Grupos Parlamentares
Ex.mo Sr. Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais – CONFAP
Ex.mo Sr. Presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação – CNIPE
Ex.mo Sr. Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas
Ex.ma Sra. Presidente do Conselho Nacional de Educação
Considerando que:
- A evolução da pandemia é incerta a nível nacional e internacional;
- O pico da doença poderá ainda não ter sido atingido, segundo os especialistas e informação da Direção Geral de Saúde;
- Os exames do ensino secundário, neste ano letivo, visam unicamente fazer deles um instrumento complementar de acesso ao ensino superior;
- O recomeço das aulas presenciais previsto para maio tem apenas como objetivo a preparação dos alunos para os exames nacionais;
- Essas aulas poderão atentar contra a saúde pública de toda a comunidade escolar, expondo-a a riscos desnecessários e de consequências imprevisíveis, tanto mais que os jovens, por serem geralmente assintomáticos, serão potenciais veículos de transmissão de grande risco;
- Existem alunos que pertencem a grupos de risco, cujas vidas verão e serão postas em causa ao terem que regressar à escola para terem aulas presenciais. Em contrapartida, a docentes e não docentes pertencentes a grupos de risco é dada a possibilidade de não voltarem às escolas sem mais;
- As medidas previstas pelo governo nesse âmbito determinam que o aluno poderá optar por não ter aulas presenciais, se o fizer não estará em igualdade de circunstâncias relativamente aos outros quanto à sua preparação para os exames nacionais. Prova-o a decisão do governo ao ponderar o regresso às aulas presenciais, caso contrário, as aulas a distância, como até aqui, seriam suficientes;
- Os alunos, ao voltarem às aulas presenciais, poderão infetar ou contrair a COVID 19, o que os afastará da escola, no mínimo 15 dias, pondo em risco a realização dos seus exames e também os dos seus colegas;
- Aos alunos do 12º ano, que faltarem à primeira fase de realização dos exames por consequência da COVID 19, ser-lhes-á impossibilitada a candidatura à primeira fase do concurso ao ensino superior. Significa, na prática, perderem um ano da sua vida, uma vez que na segunda e terceira fases há cursos que não têm vagas sobrantes;
- Estes jovens investiram os últimos 3 anos das suas vidas a preparar o seu ingresso no ensino superior, com expectativas, ansiedades e angústias que mais se agravam numa fase tão conturbada como a que vivemos;
- A preparação destes jovens deva ser tranquila para que tenham um desempenho à altura de todo o tempo e estudo investidos, é necessário que a conjuntura e o contexto em que estão inseridos não sejam desfavoráveis nem os coloquem em desvantagem;
- Ademais, o novo calendário de exames, entretanto estabelecido, irá, inevitavelmente, condicionar o início do próximo ano letivo, não se pode aceitar que a saúde dos jovens seja posta em risco por uma decisão prematura.
Face ao exposto, como Mãe e Encarregada de Educação de um aluno de 12º ano que pertence a grupo de risco, por ter duas doenças crónicas, venho por este meio:
- Exigir ao Ministro da Educação o cancelamento do atual calendário de exames do ensino secundário pelas razões acima descritas e à semelhança do que outros países europeus já fizeram.
- Solicitar aos Ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, em coordenação, elaborem novas formas de acesso ao ensino superior válidas para o corrente ano letivo que não passem pela concretização do estabelecido no Decreto-Lei n.º 14-G/2020.
- Apelar à defesa da vida de todos os envolvidos neste processo, mas sobretudo dos mais frágeis, como os alunos pertencentes a grupos de risco.
Porto, 07 de maio de 2020
Ana F.
(embora tenha apresentado a sua identidade completa a autora solicitou que não fosse divulgada de forma completa, por questões de privacidade do educando)
Plenamente de acordo!!
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Toda a razão.
Fantochada atrás de fantochada.
Julgo que a única forma de actuar … será parar .
Mas parar mesmo.
Depois e com calma ir estudando alternativas viáveis .
Viáveis e justas para todos.
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Plenamente de acordo! !
Absolutamente razoável e só rejeitado por razões que a razão desconhece!
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O Grupo de Apoio às Vítimas da Pandemia na Planície está na porta da venda do Joaquim da Coxa angariando umas quantas assinadelas para exigir a testagem imediata de todos os varões nascidos após janeiro de 2006.
Os requerentes pretendem que sejam implementadas medidas que visem a criação de uma reserva estratégica, de modo a assegurar que não sejamos a médio prazo confrontados com a declaração de “espécie em vias de extinção” nesta região demarcada.
Para tal deve ser instituído um subsídio chorudo e vitalício que permita aos residentes na região viver longe dos conflitos e contágios a que a população indígena se está sujeitando agoramente, e previsivelmente com a maior das alarvidades próximas.
Junto se anexa insuspeito estudo, desenvolvido pelos cientistas de Wuhan cuja reputação é hoje maior que os da NASA.
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Apoiado.
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https://rr.sapo.pt/2020/05/08/Mundo/covid_19_afeta_tambem_sistema_vascular_e_cerebro_afirma_oms/noticia/192226/?utm_source=onesignal
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Palhaçada de Governo e de Oposição. Mas, estes já estão infetados moralmente, no mínimo.
Passagem Administrativa como na Itália, etc.
Deviam – governo – irem todos a Tribunal se mais professores e não só, morrerem devido ao regresso às aulas no dia 18 de maio.
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Obrigada pela sua clareza de raciocínio, justeza de opinião e firmeza na defesa de condições de igualdade no acesso à educação.
Por concordar consigo, apelo a que subscreva a petição apresentada à Assembleia da República (em partipacao.parlamento.pt) e a divulgue. Tem como objetivo impedir que jovens como o seu educando vejam o seu direito à educação limitado.
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