Eu nem sei como o povo do bronze vai poder viver se não puder ir à praia como é seu direito constitucionalíssimo. E o desgosto que por aí deve andar com a necessidade de se ficar a uma distância socialmente incompatível com a exibição da esbeltura fit mantida a muito custo mesmo em confinamento. Se repararem há mais debate e polémica sobre a abertura das praias do que sobre a das escolas. Porque há que atender à sensibilidade de quem sente a injustiça de não poder partilhar as selfies do areal em liberdade.
Tugas
https://duilios.wordpress.com/2020/05/16/que-lingua-falava-d-afonso-henriques-certas-palavras/
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Não resisto a deixar aqui a reposta que dei no fbook ao comentário que afirma a praia como um bem público e a escola como “instituição”, pelo que aquela teria uma espécie de precedência sobre esta.
“A praia é um bem público onde existe, sendo que no mundo há muita desigualdade no acesso. Vejam-se os casos da Suíca e da Áustria. Da Hungria ou da República Checa. E há praias e há praias. Com sol quentinho e areia decente há em especial nos países subdesenvolvidos ou de desenvolvimento precário. Pelo que eu – qual Pedro Adão e Silva com a sua tese magistral sobre o surf – sinto que poderia dissertar cum laude acerca da praia quentinha e boa como factor de atraso económico e social e como uma das explicações para a divergência do crescimento económico entre o Norte e o Sul, o centro e a periferia da Europa. O IDH que coloca os países escandinavos no topo do desenvolvimento humano têm praias miseráveis e frias. Acrescento ainda que a praia só se tornou foco de lazer no mundo contemporâneo industrializado e como fenómeno de massas poderá estar próximo do futebol e da sardinhada no poder de alienação.para crentes e descrentes em Fátima e no Fado. E até parece que estou a brincar, mas não. A praia é uma “instituição” da sociedade contemporânea de consumo, vector da sociedade do espectáculo e, para ficarmos por aqui, exemplo maior da cultura do efémero. E pim-pam-pum.”
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🤣🤣🤣
Sim… que dos solários não se devem conseguir grandes selfies… e a coisa, per si, é socialmente pouco impactante…
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Para aqueles que gostam de praia:
Abrem transportes públicos, com gente amontoada para ir trabalhar. Abrem openspaces, tais como fábricas e escritórios , salas de aulas , aviões, etc.
Depois o lazer ao AR LIVRE (praias jardins montanha etc) limitam e vigiam em alta força!
Não concordo. Tudo bem para trabalhar, tudo mal para o lazer AO AR LIVRE.
Outras boas notícias para quem gosta de praia:
Relaxamos e dormimos melhor
Há sempre aquele senhor que se deita numa toalha ao sol de barriga para cima e ao fim de meros minutos já o ouvimos a ressonar. Esse é um dos efeitos que a praia tem em nós: ajuda-nos a descontrair.
A hidrologia explica porquê: a ionização negativa do ar (isto é, os átomos que compõem a brisa marítima têm um “excesso” de eletrões que lhes conferem energia negativa) tem influência no bem-estar humano. Aumenta os níveis de serotonina – o neurotransmissor que regula o humor, o sono e a sensibilidade, por exemplo – e, por consequência, diminui os níveis de ansiedade.
Além disso, na praia costumamos fazer mais exercício físico, o que resulta numa melhoria do ritmo cardíaco, da oxigenação dos tecidos e da circulação. E à noite, o cansaço acumulado, faz o resto.
Melhora as articulações…
Os passeios à beira-mar, habituais na praia, são muito positivos para as articulações dos pés, dos joelhos e dos quadris. Outra coisa boa: a pele da planta do pé sofre uma esfoliação por causa da areia que renova a pele de forma natural.
A velocidade ideal e com mais vantagens está entre os 5 e os 6 quilómetros por hora, até porque deste modo os músculos tonificam-se nas pernas e nos glúteos. Mas atenção: não pode dar estes passeios ao meio-dia, altura em que os raios solares são mais perigosos. E nunca dispense o protetor solar nem os óculos de sol.
… e os músculos
Basta nadar e às vezes nem isso é preciso. Entrar no mar é bom para os músculos, mesmo que nem sequer se mexa muito. Só o facto de as ondas baterem nas pernas é suficiente para relaxar, como numa massagem. Depois vem a ciência: dentro de água temos a sensação de que o nosso peso diminui, algo que facilita os nossos movimentos e melhora as cartilagens.
E também há vantagens para o sistema circulatório: o retorno venoso torna-se mais eficaz e a drenagem linfática também melhora. Vai um mergulho?
Respira-se melhor
Encha bem os pulmões com o ar da praia. Como indica Muela García, especialista em hidrologia médica, “a brisa do mar atua como uma espécie de aerossol ou spray natural muito rico em iodo”. E onde vão atuar as propriedades do ar? Nas glândulas da tiróide e do nariz, que consegue expelir com maior facilidade os indesejados mucos.
Quando estamos na praia e respiramos a brisa marítima temos maior facilidade em respirar, como se o sistema se tivesse limpo. A ventilação melhora e a quantidade de hemoglobina aumenta, otimizando a circulação de oxigénio.
Melhora o funcionamento do organismo
Cloro, sódio, magnésio, potássio e iodo. Estes são alguns dos químicos presentes na água do mar e que garantem efeito benéficos para o organismo: ajudam a combater alergias, melhoram o funcionamento do sistema respiratório, aliviam os músculos e permitem a chegada de mais oxigénio às células. Depois vêm os ossos, que ganham mais cálcio.
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Vou falar por mim (olha que novidade e afirmação notável!). Vivo 11 meses no interior profundo, junto à raia, e aqueles 10 a 12 dias na dita praia têm uma função essencial: estamos todos juntos (até os novos que se vão juntando à família), os problemas do quotidiano ficam esquecidos e recarregam-se baterias.
E não, não sou dos que têm um corpo seco (comer é uma tentação do caraças) nem saio de lá negro como um tição, desde logo porque sou branco como a lixívia e, sobretudo, porque não estou para isso e acho uma palermice.
E gosto da praia o mais vazia possível! Não vou morrer por não ir, mas faz-me falta.
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