Mas Se Os Exames Vão Contar (A) 100% (Como Provas Específicas) Para O Acesso (À Universidade)…

(agora com corrigenda no título, que se poderia prestar a interpretações erróneas)

… qual a enorme preocupação com as classificações internas? Estou mais preocupado com a conjugação das regras do ano passado com as deste ano e depois com o próximo.

Inspecção vai auditar avaliações de alunos para travar inflação de notas

A ordem é para reforçar acções que visam detectar inflação artificial de notas. O ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues garante que haverá processos disciplinares sempre que se justifique. Em breve seguem instruções para as escolas a explicar como funcionarão os exames, com perguntas opcionais para garantir que alunos podem não ser avaliados a matérias menos consolidadas.

Beaker-Bunsen

19 opiniões sobre “Mas Se Os Exames Vão Contar (A) 100% (Como Provas Específicas) Para O Acesso (À Universidade)…

  1. Os exames contarão como provas específicas a 100 %, mas deverão ter uma ponderação de 50% na média de acesso, os outros 50% serão calculados, provavelmente, pela média do secundário, agora calculada sem peso da nota dos exames, claro que sabemos que há colégios e escolas que inflacionam as notas o que poderá fazer com que as médias de acesso subam ligeiramente…beneficiando certos nichos de alunos…
    Veremos… A conversa do ministro é uma ameaça velada, que pouco efeito prático terá.
    Também sabemos que a desigualdade social não desaparece por magia e que, quer o acesso ao ES dependa de exames nacionais no secundário ou de provas específicas nas Universidades, haverá sempre alunos que terão mais e melhores oportunidades do que outros, em função do seu estatuto socioeconómico e cultural. O que é notório, mesmo para defensores dos exames nacionais, é que, no quadro de escolaridade obrigatória, da flexibilidade curricular e do perfil do aluno, os exames nacionais não fazem sentido e estão a tornar-se num instrumento que gera mais desigualdade do que, porventura, passar a selecção dos alunos para as universidades, à semelhança do que acontece já, com os alunos do ensino profissional.
    Quando, para resolver um problema, vamos adaptando o modelo criando excepções iníquas em catadupa, fica claro que o modelo já não serve o propósito de resolver esse problema.

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  2. Corroboro a Maria. E cada vez mais se diz só sei que nada sei e mesmo supostamente sabendo não sei se sei ..o que sei mesmo é que o saber não ocupa lugar mas nda sei sobre esse saber apenas sei que saber é poder mas também não sei que saber é poder em resumo não sei nada sabendo tudo de nada..in Livro dos não saberes de José sabe Tudo e Nada. Edição da Mitra Saberes 1913

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  3. As “ameaças ” que o nosso ministro aqui deixa podem ser desagradáveis, sim senhor.

    Mas os danos que a inflação das notas podem causar a terceiros são merecedores de uma enérgica resposta .
    Danos causados aos “outros” alunos , à ética e à credibilidade da classe docente.

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    1. Inflação ou deflação de notas, que também existe, estão sujeitas a múltiplos factores subjectivos que, muitas vezes, tornam difícil a instauração de processos disciplinares, mesmo quando há indícios de benefício ou de prejuízo claros.

      Dizer que a avaliação tem de/deve ser séria e seguir as orientações do ME, que conformam o preconizado perfil do aluno, é o mesmo que dizer que as vacas voam. Pode ser verdade se as levarem de avião!

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  4. Os alunos do Secundário vão, pela primeira vez desde que me lembro, todos fazer exames como se fossem “externos “. Pela primeira vez desde que me lembro, os “exames” vão ser mesmo exames a 100%.

    comássim?

    Os alunos não vão é poder alterar a nota interna com os exames! Ou, eventualmente, terem a oportunidade de se apresentarem a exame para conclusão da disciplina…uma vez que ele só serve como “prova de acesso”

    de resto, eu, que até sou a favor dos exames não consigo encaixá-los na camisa de onze varas onde nos meteram desde que inventaram o 54, o 55 e o Perfi! 😦 isto é coisa de despachar o 12º ano (que ainda é à maneira antiga) para ir tudo corrido a “nota interna”…e viva a flexibilidade!

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  5. Para comprovar a justiça da avaliação, capturada pela selecção de alunos para certos nichos de formações universitárias:

    Aluno A; Ciências e Tecnologias, com objectivos definidos, empenhado, trabalhador, faz o que o professor lhe indica, é assíduo, pontual, educado, está numa turma regular, faz testes que contemplam as variáveis curriculares a avaliar em exame nacional, com esforço e sem falhar nenhuma das várias componentes da avaliação, tem média de 16 valores. É obrigado a fazer exames nacionais para concluir o secundário, o que lhe pode baixar a média.

    Aluno B; curso profissional x ou y, nem sempre é assíduo, pouco educado, mal lê, mal escreve, está numa turma de semelhantes, os professores, porque não podem reprová-los a todos, nem julgar o seu passado académico, avaliam com testes de cruzinha, bem simples, reproduzindo procedimentos testados nas aulas, para que este aluno possa alcançar o sucesso de acordo com o seu perfil de aprendizagem (onde é que já ouvi isto?), facilmente acabará o secundário com média de 17 valores.
    Se quiser ir para a Faculdade, fará as provas testes que as instituições de ensino superior entenderem(?).

    Esta é realidade numa qualquer escola perto de si!

    Depois ainda há quem, neste quadro, venha dizer que a avaliação deve ser equitativa, promotora de igualdade de oportunidades, justa, que os exames nacionais devem continuar, que há escolas que inflacionam notas, etc.

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  6. As notas internas servem para salvar os desaires dos exames. É a opinião generalizada dos pai, que fazem pressão sobre as escolas e os professores nesse sentido. Agora, só a ideia de os exames valerem 100% está a provocar urticária nos pais.
    O que o Tiaguinho diz não se escreve. Quem é o ministro da educação é o primeiro ministro. Foi ele quem fechou as escolas, foi ele quem as abriu, etc. O outro só aparece para hastear a bandeira e não faz mais falta do que uma viola num enterro.

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    1. Desde quando é que os exames vão contar 100%?

      Os exames vão contar entre 35% a 50% consoante o curso.

      Deixam é de contar para a classificação final de disciplina.

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  7. Onde leram que os exames vão contar 100% para a seriação ao ES?

    O que interpretei é que deixam de contar 30% para a conclusão do secundário nas disciplinas de exame é claro. Depois, as universidades atribuirão o peso de 50% ou de 30% às específicas e o resto à média do secundário.
    Onde está escrito isso?

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    1. Não vão contar a 100%.
      É como escreve: deixam de valer 30% para as classificação da disciplina correspondente.
      Para efeitos de acesso ao superior continuam a ter o mesmo peso.

      Como alguém escreveu acima, beneficiará os alunos das escolas com tradição a dar notas altas (privados, quase sempre).

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    1. E como deixam de contar 30 por cento para a classificação final das disciplinas, deixam de ter algum efeito corretor nas classificações de frequência inflacionados. Ora estas podem ter um peso nunca menor de 50 por cento no acesso. Assim sendo a preocupação tem algum sentido exatamente porque os exames só contam como provas específicas.

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      1. Mas, por acaso, parece-me que a inflacção interna deixa de ter um efeito duplo. Porque agora só inclui numa das partes da fórmula.
        Não estou a tomar sequer posição sobre a questão, neste particular. Apenas a descrever a situação.

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  8. A inflação suposta beneficiará mais do que anteriormente, apenas porque os 30% do peso da nota de exame poderia introduzir algum equilíbrio, marginal, porque só ocorria nas disciplinas de exame, duas bienais no 11º ano e duas no 12º ano, português e outra.
    As disciplinas não sujeitas a exame são/eram normalmente as mais inflacionadas.
    Penso que, no resto, o cálculo da média de acesso não sofrerá alterações; 50% ou menos para as específicas e o resto para a média do secundário.
    Assim, a alteração que pode consubstanciar o aproveitamento de que falou o ministro, é a inflação das notas de modo a aumentar a média do secundário, que deixa de ter a ponderação da nota dos exames nalgumas disciplinas.

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