Isto Foi Um Debate Ou Um Beija-Mão?

Clicar na imagem para aceder a um programa que revelou, entre outras coisas, um assinalável espírito de união entre os actores do sistema estabelecido em torno dos lugares-comuns, mas, ao mesmo tempo, uma enorme falta de coragem política. “Revolução”? Cruzes, credo, só na retórica, que esta gente borrava-se toda se tivesse mesmo de passar por uma.

ProsBeija

Pensamentos Da Pandemia – 11

Há quem elabore teorias sobre a forma como “sairemos” desta situação de pandemia e como isso vai influenciar a Humanidade e a forma de sermos e nos com portar os, como se grandes alterações fossem acontecer e tivesse acontecido uma mudança radical em menos de um punhado de meses na natureza humana. Talvez isso aconteça a uma minoria. Mas quem já tinha um fundo bom, de compreensão, empatia e solidariedade, assim continuará e até poderá melhorar, mas quem o não tinha, muito dificilmente se transformará numa madre teresa ou num mandela. Basta olhar à volta… a proporção de comportamentos idiotas ainda se nota mais, agora que há linhas que separam com maior clareza o bom senso da imbecilidade. Antes ainda poderiam beneficiar de fronteiras difusas entre o aceitável e o estúpido. Agora, fica tudo bem à vista.

Human

(disclaimer: i’m no mandela…)

Pensamentos Da Pandemia – 10

Nas primeiras semanas da pandemia, arriscou-se dizer que esta era uma doença “democratizadora” e transversal às classe sociais, pois nos primeiros tempos havia a sensação de muitos contagiados serem pessoas com algum estatuto económico, hábitos cosmopolitas e mais viajados do que a média. Três meses depois, parece-me ser claro que com o passar do tempo essa sensação se foi atenuando, pois percebe-se que os maiores focos de contágio se concentraram em ambientes mais desfavorecidos ou socialmente vulneráveis (para além do factor idade). Porquê? Porque a capacidade de resposta à ameaça de contágio é muito diferente conforme os meios aos dispor de cada pessoa ou grupo. A covid-19 pode ser global, mas, para além dos trabalhadores de primeira linha do sector da saúde, propaga-se mais facilmente numas comunidades do que em outras. E quer-me parecer que perdeu boa parte do seu carácter interclassista. Resta alguém arriscar um estudo a sério de sociologia da pandemia.

Mickey

Pensamentos Da Pandemia – 9

Economia digital? Só se for para rir. Em dois meses, contam-se pelos dedos de uma pata de avestruz as vezes em que as encomendas online correram bem, desde o pedido até à entrega: Não sabia que o SARS-CoV-2 provocava daltonismo, amnésia, perda da capacidade de contar ou a erosão quase total de ética profissional. Nem sei se vale a pena dar os parabéns ao IKEA por ter conseguido colocar três artigos iguais num ponto onde eu os recolhi, porque em circunstância normais seria o expectável, mas agora parece proeza excepcional.

Nos últimos dois meses, foi o melhor desempenho que consegui quanto a correspondência entre artigos pedidos e os que foram entregues, prazo e modalidade de entrega. O primeiro prémio vai para uma grande cadeia de material de construção que conseguiu não entregar grande parte de uma encomenda, depois ter os números de atendimento desligados e, por fim, dizerem que os artigos não estavam disponíveis, quando eu os encontrei numa das lojas. O segundo para a forma como os CTT Expresso ignoram que lhes pagam para entregarem as encomendas no domicílio do destinatário e não no posto de correio mais próximo. O terceiro para a grande cadeia de material de escritório que me mandou publicidade por mail para comprar online artigos que não estão disponíveis para venda online.

Economia digital? Só se for para rir. E depois ainda dizem que os professores é que não se adaptaram às tecnologias.

Spa still life with bamboo fountain and zen stone

Dia 69 – Vamos Falar Disto Mesmo A Sério? – 2

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No presente, as teses construtivistas regressaram em força e tentam mostrar-se compatíveis com a era digital, quase como se a tivessem antecipado, mas a verdade é que tentam sem sucesso colocar roupas velhas a algo novo. Tentam explicar os fenómenos do século XXI, com teorias do século XX que, na origem, desconfiavam muito da desumanização tecnológica. E não conseguem resolver o paradoxo de quererem mudar a Educação, mas acabarem por usar os novos meios digitais como se fossem apenas algo equivalente ao aparecimento do stencil, do projector de slides ou da fotocopiadora, quando está em causa uma transformação muito maior.

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diario