Pensamentos Da Pandemia – 10

Nas primeiras semanas da pandemia, arriscou-se dizer que esta era uma doença “democratizadora” e transversal às classe sociais, pois nos primeiros tempos havia a sensação de muitos contagiados serem pessoas com algum estatuto económico, hábitos cosmopolitas e mais viajados do que a média. Três meses depois, parece-me ser claro que com o passar do tempo essa sensação se foi atenuando, pois percebe-se que os maiores focos de contágio se concentraram em ambientes mais desfavorecidos ou socialmente vulneráveis (para além do factor idade). Porquê? Porque a capacidade de resposta à ameaça de contágio é muito diferente conforme os meios aos dispor de cada pessoa ou grupo. A covid-19 pode ser global, mas, para além dos trabalhadores de primeira linha do sector da saúde, propaga-se mais facilmente numas comunidades do que em outras. E quer-me parecer que perdeu boa parte do seu carácter interclassista. Resta alguém arriscar um estudo a sério de sociologia da pandemia.

Mickey

Uma opinião sobre “Pensamentos Da Pandemia – 10

  1. A Covid deixou de ser sexy. É coisa para velhos e pobres. Toca a desconfinar. Basta usar máscara para se estar seguro, quando não se pertence a grupos etários e sociais de risco. As máscaras até são sexy. Deviam fazê-las de renda fina, muito ventilada.

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