Pensamentos Da Pandemia – 9

Economia digital? Só se for para rir. Em dois meses, contam-se pelos dedos de uma pata de avestruz as vezes em que as encomendas online correram bem, desde o pedido até à entrega: Não sabia que o SARS-CoV-2 provocava daltonismo, amnésia, perda da capacidade de contar ou a erosão quase total de ética profissional. Nem sei se vale a pena dar os parabéns ao IKEA por ter conseguido colocar três artigos iguais num ponto onde eu os recolhi, porque em circunstância normais seria o expectável, mas agora parece proeza excepcional.

Nos últimos dois meses, foi o melhor desempenho que consegui quanto a correspondência entre artigos pedidos e os que foram entregues, prazo e modalidade de entrega. O primeiro prémio vai para uma grande cadeia de material de construção que conseguiu não entregar grande parte de uma encomenda, depois ter os números de atendimento desligados e, por fim, dizerem que os artigos não estavam disponíveis, quando eu os encontrei numa das lojas. O segundo para a forma como os CTT Expresso ignoram que lhes pagam para entregarem as encomendas no domicílio do destinatário e não no posto de correio mais próximo. O terceiro para a grande cadeia de material de escritório que me mandou publicidade por mail para comprar online artigos que não estão disponíveis para venda online.

Economia digital? Só se for para rir. E depois ainda dizem que os professores é que não se adaptaram às tecnologias.

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4 opiniões sobre “Pensamentos Da Pandemia – 9

  1. Esta, Paulo, é uma daquelas pequenas histórias paralelas, dos tempos de confinamento, que, se assim entenderes, um dia pode ir parar os anexos da história de um país líder do E@D para putos, criançada em geral e respectivas famílias. História que certo não deixarás de fazer.
    Imaginem então um portátil comprado na última semana de Abril, quando percebi que o velhinho Compaq já não dava, de todo, resposta às necessidades do patrão. Não às minhas, que a essas serve muito bem!. Toca de entrar, online, numa “grande superfície” e contratar uma máquina com aspecto jeitoso, jantes especiais e pintura metalizada, e com prazo de entrega de um a quatro dias (que me pareceu razoável). Oh lá lá, entrega no próprio dia ou, na pior das hipóteses, no dia seguinte, por uma empresa transportadora com a qual nunca contratei coisíssima nenhuma. Passadas poucas horas, cai uma mensagem e uma sms a dizer que a coisa não foi entregue porque a morada estava incompleta ou era ilegível. What? Fui a correr ver as facturas. Tudo certinho! Reclamação ao telefone. Que sim, que entregavam no dia seguinte, com acompanhamento do percurso do bicho em directo e tudo. Repete-se a cena. Tudo na mesma. O telefone serviu para as sms, mas nunca serviu para esclarecer o raio da morada, nem o que quer que fosse. Reclamação, claro, agora por aquelas outras vias disponíveis. Mais uns dias… Muito bem, que vão devolver a massa quando a empresa transportadora devolver a máquina ao armazém (o que já aconteceu, informação da própria empresa, no passado dia 12). “E se nunca for devolvido?”, foi a pergunta. Ah, devolvem sim senhor, fique descansado! Até agora.
    Estou numa grande dúvida: Contactar os costa para ajudarem às minhas sincronias? Começar uma formação em pombos-correio ou sinais de fumo? Não sei…

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  2. A indústria das entregas anda em estado lastimável há, pelo menos, 10 anos. Esta crise apenas veio revelá-lo a quem tinha nenhuma ou pouca experiência neste campo.
    Hoje em dia, pagamos por uma possibilidade de termos as encomendas entregues em casa. O mais provável é de as vermos entregues num ponto de recolha. Uma hipótese cada vez mais recorrente é de, simplesmente, virem a ser perdidas e ninguém as encontrar.

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