O tema geral era “Da emergência a uma nova realidade”. Estiveram perto de 120 participantes , professores na zona de Sintra (algumas caras conhecidas de outros tempos) e lá zoomei pela primeira vez. Tirando a ligação ir abaixo, durante um par de minutos, já perto do fim, parece que correu bem, em especial juntando as participações em vídeo e áudio com as do chat.
Ocorrem-me, como “consolidação”, um par de notas específicas e um punhado mais gerais.
Mais específicas:
- Nunca esperem de mim um discurso muito contentinho com tudo, sempre a puxar por tudo o que corre bem e a varrer o que correu mal para debaixo da alcatifa. É pouco higiénico e mais tarde ou mais cedo dá-se pelo truque.
- O que significa que eu serei sempre (ou quase) o tipo que tenta perceber quais os potenciais bugs do programa, para ver se os conseguimos prevenir, em vez de metermos uma versão beta muito raw para o pessoal ir dando cabeçadas e aperfeiçoando. Não me interessa se me chamam “problemático”.
Agora mais gerais:
- O E@D carece de uma avaliação independente e descontraída, sem a pressão de querer agradar a este ou aquele, mas apenas com a preocupação de perceber o que se passou, o que correu bem e pode ser replicado e o que deve ser liminarmente evitado.
- As pessoas devem ter a coragem e a liberdade de não recearem consequências se disserem o que acham mesmo e o que sentem, pois só assim teremos um quadro relativamente fiel do que se passou e está a passar. Não é admitir qualquer nódoa profissional, confessar-se o que nos tem desanimado nestes meses.
- O número daquel@s que se colocam num plano se superioridade profissional e quiçá ética, incapazes de aceitar que existiram falhas graves como se isso fosse admitir quase um fracasso de tipo pessoal são, apesar de fazerem muito barulho e chatearem ainda mais, uma minoria que não deve ter o poder para intimidar a maioria.
- Ninguém faz a mínima ideia de como vai ser o próximo ano lectivo e quem disser o contrário faz parte de uma outra maioria… a dos que não têm dúvidas e têm sempre soluções, a que não admitem contraditório. Mas seria bom que se aprendesse alguma coisa de relevante com o que não correu bem desde Março.
- Não há chuva de computadores e de licenças da microsoft, google ou qualquer outra plataforma nacional ou global que resolva o evidente problema de literacia dos alunos em ambientes digitais de aprendizagem (importante não confundir com os de diversão), em especial no Ensino Básico, mas não só.
- O futuro maravilhoso da democracia educativa digital vem muito longe, em especial num país de fortíssimas assimetrias sociais e económicas. E dificilmente pode ser preparado com concepções ancoradas em visões prisioneiras de preconceitos ideológicos muito fortes.
Na parte das ” mais gerais ” o ponto 5 diz muito.
Muito da nossa realidade.
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É isso mesmo Magalhães. Na sua grande generalidade, mesmo os do secundário, os alunos só dominam, e mal, o digital para diversão. Na circunstância de utilizador são muito limitados, qual estabelecer um algoritmo no excel, qual usar um gerenciador de bibliografia do word, qual o produzir uma hiperligação no power point… são muito poucos os que sabem fazer.
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Eh, pá! se começamos a acreditar que isto é uma democracia e que o objetivo da Educação é dar a possibilidade de todas as crianças poderem desenvolver todas as suas capacidades num ambiente ótimo de igualdade de direitos e de oportunidades, e isso tudo… raio de ideia!
Onde é que iríamos parar?! Querem lá ver!…
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Foi muito bom! Estou cansada de deslumbramentos bacocos!
Gostei particularmente do final; não devemos usar as nossas máquinas para serviço público!
Mais uma vez, muito obrigada!
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Gostava muito de ver!
Como posso fazer?
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